Trabalhadores bancários entram em greve em todo o país

Categoria reivindica melhores salários e condições de trabalho

Escrito por: Giovani Vieira Miranda • Publicado em: 07/10/2015 - 08:00 Escrito por: Giovani Vieira Miranda Publicado em: 07/10/2015 - 08:00

Foto de capa: Diego Orejuela

 

Os trabalhadores bancários de instituições públicas e privadas de todo o país iniciaram nesta terça-feira (6) greve por tempo indeterminado. A paralisação foi decidida em Assembleia após mais de 50 dias de negociação sem sucesso com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A categoria reivindica reajuste salarial, fim do assédio moral, a contratação de mais bancários, o fim da terceirização, da mesa única, implementação de projetos que visem a melhoria da saúde do trabalhador e estabilidade no emprego.

 

Os bancários negociam um reajuste salarial de 16% compatível com os lucros do sistema financeiro, sendo prevista a inflação acumulada dos últimos 12 meses e contemplando a expectativa de aumento real. No entanto, a proposta salarial da Federação, rejeitada em assembleia, se limita a 5,5% de reajuste, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23, e  abono pago uma única vez.

 

A categoria também reivindica vales de alimentação e refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada, pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança. A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%. Segundo o Comando Nacional dos Bancários, a oferta está longe de repor a inflação calculada em 9,88% e representaria perdas de 4% para os bancários.

 

Em entrevista à Rede Brasil Atual, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria, apontou a incompatibilidade da oferta da Febraban. “Não vamos aceitar acordo sem reajuste digno, garantia de emprego e melhores condições de trabalho. A categoria está unida e vai fazer uma greve forte. Esperamos que os bancos retomem as negociações o mais rápido possível, com reajuste compatível com a riqueza do setor”, afirmou.

 

Bancários têm de trabalhar 17 anos para receber salário de um mês de Diretor

Uma pesquisa divulgada pelo portal iG mostra que a maioria das instituições financeiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo prevê aumentar a remuneração fixa de diretores bem acima da inflação, em até 81%. Com isso, um bancário com o piso da categoria tem de trabalhar 17 anos da vida dele para poder ganhar o que o executivo de um banco ganha em um mês.

 

Os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$36,3 bilhões no primeiro semestre de 2015, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

A edição de setembro da Revista do Brasil, da Rede Brasil Atual, destaca que o sistema bancário brasileiro lucra enquanto a situação econômica do país passa por reajustes. De janeiro a junho, os três maiores bancos privados do país alcançaram a soma de R$ 24 bilhões de lucros, enquanto a previsão para a variação do PIB para os próximos dois anos é de menos 2%, com cortes no orçamento da União e aumento progressivo das taxas de desemprego.

O resultado líquido do Itaú Unibanco é 25,7% superior ao do primeiro semestre do ano passado; o ganho do Bradesco, de R$ 8,8 bilhões, é 20,6% mais gordo; e o Santander comemora um salto de 15,5% em seu lucro semestral, para R$ 3,3 bilhões.

Título: Trabalhadores bancários entram em greve em todo o país, Conteúdo: Foto de capa: Diego Orejuela   Os trabalhadores bancários de instituições públicas e privadas de todo o país iniciaram nesta terça-feira (6) greve por tempo indeterminado. A paralisação foi decidida em Assembleia após mais de 50 dias de negociação sem sucesso com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A categoria reivindica reajuste salarial, fim do assédio moral, a contratação de mais bancários, o fim da terceirização, da mesa única, implementação de projetos que visem a melhoria da saúde do trabalhador e estabilidade no emprego.   Os bancários negociam um reajuste salarial de 16% compatível com os lucros do sistema financeiro, sendo prevista a inflação acumulada dos últimos 12 meses e contemplando a expectativa de aumento real. No entanto, a proposta salarial da Federação, rejeitada em assembleia, se limita a 5,5% de reajuste, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23, e  abono pago uma única vez.   A categoria também reivindica vales de alimentação e refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada, pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança. A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%. Segundo o Comando Nacional dos Bancários, a oferta está longe de repor a inflação calculada em 9,88% e representaria perdas de 4% para os bancários.   Em entrevista à Rede Brasil Atual, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria, apontou a incompatibilidade da oferta da Febraban. “Não vamos aceitar acordo sem reajuste digno, garantia de emprego e melhores condições de trabalho. A categoria está unida e vai fazer uma greve forte. Esperamos que os bancos retomem as negociações o mais rápido possível, com reajuste compatível com a riqueza do setor”, afirmou.   Bancários têm de trabalhar 17 anos para receber salário de um mês de Diretor Uma pesquisa divulgada pelo portal iG mostra que a maioria das instituições financeiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo prevê aumentar a remuneração fixa de diretores bem acima da inflação, em até 81%. Com isso, um bancário com o piso da categoria tem de trabalhar 17 anos da vida dele para poder ganhar o que o executivo de um banco ganha em um mês.   Os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$36,3 bilhões no primeiro semestre de 2015, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.   A edição de setembro da Revista do Brasil, da Rede Brasil Atual, destaca que o sistema bancário brasileiro lucra enquanto a situação econômica do país passa por reajustes. De janeiro a junho, os três maiores bancos privados do país alcançaram a soma de R$ 24 bilhões de lucros, enquanto a previsão para a variação do PIB para os próximos dois anos é de menos 2%, com cortes no orçamento da União e aumento progressivo das taxas de desemprego. O resultado líquido do Itaú Unibanco é 25,7% superior ao do primeiro semestre do ano passado; o ganho do Bradesco, de R$ 8,8 bilhões, é 20,6% mais gordo; e o Santander comemora um salto de 15,5% em seu lucro semestral, para R$ 3,3 bilhões.



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