Trabalhadores da Paquetá Calçados protestam contra atraso de cestas básicas

Segundo o Sindical-BA, benefício não é entregue aos trabalhadores há três meses; protesto também critica portões fechados para trabalhadores que voltavam do lay-off

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 02/10/2023 - 19:00 • Última modificação: 26/10/2023 - 10:33 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 02/10/2023 - 19:00 Última modificação: 26/10/2023 - 10:33

Divulgação Sindical

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Couros de Ipirá (Sindical-BA) realizou na manhã desta segunda-feira (02/10) um protesto em frente à unidade da Paquetá Calçados contra o atraso no pagamento de três cestas básicas seguidas.

Segundo Arlete Silva, presidenta do Sindical-BA, entidade filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário (CNTRV-CUT), os trabalhadores e trabalhadoras também protestaram contra a atitude da empresa de proibir a entrada de cerca de 50 funcionários que estavam em lay-off e teriam de reassumir seus postos.

Para este grupo, o período de lay-off, sistema que prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho, terminou nesta segunda-feira. A alegação da empresa para impedir a entrada desses funcionários, segundo a sindicalista, é que a fábrica da Paquetá estaria com sua produção parada. 

De acordo com o Sindical-BA, atualmente a Paquetá Calçados funciona em Ipirá apenas com 180 trabalhadores e trabalhadoras desde o último dia 1º de junho, quando colocou cerca de 900 funcionários no sistema de lay-off.

Arlete Silva denuncia arbitrariedade de empresaArlete Silva denuncia arbitrariedade de empresa

"Já são três meses sem o pagamento das cestas básicas e se a empresa não regularizar isso vamos parar a produção. Além disso, a empresa não recebe os trabalhadores que estavam saindo agora do lay-off, mas também não garante pagar os salários de quem tá em casa", afirma Arlete Silva.

Após o protesto, a empresa recuou de sua posição e decidiu colocar esse grupo que voltaria agora do lay-off em férias. Segundo a sindicalista, porém, a empresa informou que não possui o dinheiro para pagamento dessas férias. O Sindical-BA segue mobilizado para fiscalizar o cumprimento dos direitos trabalhistas.

 

A crise da Paquetá

A Paquetá é um grupo empresarial gaúcho com sede na cidade de Sapiranga (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, e quase 80 anos de atuação no ramo de couro e calçados. 

O grupo possui 11 indústrias, localizadas no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Ceará, e emprega cerca de 7,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 1.250 postos de trabalho na unidade de Ipirá. 

As duas principais marcas do grupo, que conta com mais de 200 lojas, entre próprias e franqueadas, são Capodarte e Ortopé.

Em junho de 2019, a Paquetá ingressou na Justiça com um processo de recuperação judicial sob a justificativa de acumular, à época, uma dívida de R$ 638,5 milhões. 

A empresa gaúcha, que mantém cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos apenas em sua unidade de Ipirá, município do centro-norte da Bahia, paralisou a produção no fim do ano passado e, desde março, começou a atrasar salários.

Diante da crise, a empresa colocou parte dos funcionários no sistema de lay-off. O Sindical-BA também exige a quitação do FGTS que a empresa não deposita há quatro anos.

Título: Trabalhadores da Paquetá Calçados protestam contra atraso de cestas básicas, Conteúdo: O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Couros de Ipirá (Sindical-BA) realizou na manhã desta segunda-feira (02/10) um protesto em frente à unidade da Paquetá Calçados contra o atraso no pagamento de três cestas básicas seguidas. Segundo Arlete Silva, presidenta do Sindical-BA, entidade filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário (CNTRV-CUT), os trabalhadores e trabalhadoras também protestaram contra a atitude da empresa de proibir a entrada de cerca de 50 funcionários que estavam em lay-off e teriam de reassumir seus postos. Para este grupo, o período de lay-off, sistema que prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho, terminou nesta segunda-feira. A alegação da empresa para impedir a entrada desses funcionários, segundo a sindicalista, é que a fábrica da Paquetá estaria com sua produção parada.  De acordo com o Sindical-BA, atualmente a Paquetá Calçados funciona em Ipirá apenas com 180 trabalhadores e trabalhadoras desde o último dia 1º de junho, quando colocou cerca de 900 funcionários no sistema de lay-off. Já são três meses sem o pagamento das cestas básicas e se a empresa não regularizar isso vamos parar a produção. Além disso, a empresa não recebe os trabalhadores que estavam saindo agora do lay-off, mas também não garante pagar os salários de quem tá em casa, afirma Arlete Silva. Após o protesto, a empresa recuou de sua posição e decidiu colocar esse grupo que voltaria agora do lay-off em férias. Segundo a sindicalista, porém, a empresa informou que não possui o dinheiro para pagamento dessas férias. O Sindical-BA segue mobilizado para fiscalizar o cumprimento dos direitos trabalhistas.   A crise da Paquetá A Paquetá é um grupo empresarial gaúcho com sede na cidade de Sapiranga (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, e quase 80 anos de atuação no ramo de couro e calçados.  O grupo possui 11 indústrias, localizadas no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Ceará, e emprega cerca de 7,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 1.250 postos de trabalho na unidade de Ipirá.  As duas principais marcas do grupo, que conta com mais de 200 lojas, entre próprias e franqueadas, são Capodarte e Ortopé. Em junho de 2019, a Paquetá ingressou na Justiça com um processo de recuperação judicial sob a justificativa de acumular, à época, uma dívida de R$ 638,5 milhões.  A empresa gaúcha, que mantém cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos apenas em sua unidade de Ipirá, município do centro-norte da Bahia, paralisou a produção no fim do ano passado e, desde março, começou a atrasar salários. Diante da crise, a empresa colocou parte dos funcionários no sistema de lay-off. O Sindical-BA também exige a quitação do FGTS que a empresa não deposita há quatro anos.



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