Vidas negras importam!

Nota da Secretaria de Combate ao Racismo da CNTRV sobre o assassinato de Moïse

Escrito por: Arlete Silva • Publicado em: 04/02/2022 - 16:26 Escrito por: Arlete Silva Publicado em: 04/02/2022 - 16:26

Reprodução/Facebook

Ele tinha mãe, irmãos, amigos. Assim como milhões de seres humanos no planeta terra, buscou refúgio em outro país para salvar sua vida.

Longe da sua cultura, da sua língua, do seu povo, lutava pela sobrevivência, e, para tanto, se sujeitava ao trabalho precário, condição cada vez mais presente na vida dos trabalhadores e trabalhadoras nativos ou imigrantes.

Ele era negro, e isso não se passa despercebido num país que fica cada dia mais racista, graças ao empenho do próprio governo federal.

A promoção institucional do ódio tem sido responsável por mais violência e mais mortes de negros e negras, de pessoas LGBTQIA+, de mulheres.

Morrer pelo simples fato de ser negro, é a expressão máxima de uma sociedade que nega a existência do racismo, enquanto segue condenando expressões religiosas de matrizes africanas, cabelos, roupas e expressões culturais do povo negro.

Ao negar o racismo, negamos toda violência, morte e destruição real inerente a ele.

O assassinato do jovem congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, revelou, mais uma vez, ao Brasil e ao mundo, a forma com que as pessoas e o próprio Estado tratam a população negra.

As autoridades não se importam. O governo não se importa. Muitas pessoas não se importam.

Cabe a quem se importa, a atitude de erguer a voz e gritar pelas vidas negras.  Até quando vamos conviver com a violência policial, o racismo institucional, pessoas sendo julgadas e tratadas de acordo com o seu tom de pele?

Até quando vamos relevar atitudes racistas, por mais que parecem inofensivas?

 

#JustiçaParaMoïse

 

 São Paulo, 04 de fevereiro de 2022.

 

Arlete Silva

Secretaria de Combate ao Racismo da CNTRV

Título: Vidas negras importam!, Conteúdo: Ele tinha mãe, irmãos, amigos. Assim como milhões de seres humanos no planeta terra, buscou refúgio em outro país para salvar sua vida. Longe da sua cultura, da sua língua, do seu povo, lutava pela sobrevivência, e, para tanto, se sujeitava ao trabalho precário, condição cada vez mais presente na vida dos trabalhadores e trabalhadoras nativos ou imigrantes. Ele era negro, e isso não se passa despercebido num país que fica cada dia mais racista, graças ao empenho do próprio governo federal. A promoção institucional do ódio tem sido responsável por mais violência e mais mortes de negros e negras, de pessoas LGBTQIA+, de mulheres. Morrer pelo simples fato de ser negro, é a expressão máxima de uma sociedade que nega a existência do racismo, enquanto segue condenando expressões religiosas de matrizes africanas, cabelos, roupas e expressões culturais do povo negro. Ao negar o racismo, negamos toda violência, morte e destruição real inerente a ele. O assassinato do jovem congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, revelou, mais uma vez, ao Brasil e ao mundo, a forma com que as pessoas e o próprio Estado tratam a população negra. As autoridades não se importam. O governo não se importa. Muitas pessoas não se importam. Cabe a quem se importa, a atitude de erguer a voz e gritar pelas vidas negras.  Até quando vamos conviver com a violência policial, o racismo institucional, pessoas sendo julgadas e tratadas de acordo com o seu tom de pele? Até quando vamos relevar atitudes racistas, por mais que parecem inofensivas?   #JustiçaParaMoïse    São Paulo, 04 de fevereiro de 2022.   Arlete Silva Secretaria de Combate ao Racismo da CNTRV



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