Política de preços da Petrobras continua penalizando o bolso do trabalhador
Com o reajuste no preço da gasolina nesta quarta (8), brasileiros que moram no Acre, Rio de Janeiro e Tocantis, que já pagam um preço maior do que a média nacional nas bombas, serão ainda mais penaliz
Escrito por: Redação CUT • Publicado em: 06/09/2018 - 16:47 • Última modificação: 23/04/2022 - 15:55 Escrito por: Redação CUT Publicado em: 06/09/2018 - 16:47 Última modificação: 23/04/2022 - 15:55A política do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) de reajustar os preços dos combustíveis quase diariamente continua pesando no orçamento do povo brasileiro. Cinco dias após o último aumento no preço da gasolina, a Petrobras subiu novamente o valor, nesta quarta-feira (5), e o combustível ficou 1,68% mais caro. O preço da gasolina nas refinarias passou de R$ 1,1704, que vigorava desde o último sábado (1º), para R$ 2,2069.
É o valor mais alto cobrado pelo preço do litro da gasolina desde julho de 2017, quando a direção da Petrobras, comandada pelo então presidente Pedro Parente – nomeado por Temer após o golpe de 2016, mudou a política de preços e passou a acompanhar as variações cambiais e as oscilações do barril de petróleo no mercado externo.
De julho de 2017 até hoje, a gasolina aumentou 69% nas refinarias da Petrobras enquanto a inflação do período acumulou 4,8%, segundo dados da subseção do Dieese da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A variação do preço do diesel no mesmo período foi de 54%.
Na última sexta-feira, após três meses de congelamento devido ao acordo do governo que pôs fim à greve dos caminhoneiros e que envolveu subsídio governamental ao diesel, a Petrobras anunciou também o aumento de 13% no preço médio do produto comercializado nas refinarias do país.
“Esse será o cenário enquanto essa política equivocada continuar a ditar os preços da gasolina, diesel, gás de cozinha e demais combustíveis. O impacto no bolso dos brasileiros é muito grande”, diz o coordenador-geral da FUP, Simão Zainardi.
Segundo dados da subseção do Dieese da FUP, desde julho do ano passado até hoje, o preço médio de revenda da gasolina nas bombas de combustíveis foi de 27,4%. “É um valor muito superior à inflação do período [4,8%] e isso com certeza está afetando o orçamento de milhares de famílias brasileiras”, diz o economista do Dieese, Cloviomar Cararine.
O preço médio da gasolina nas bombas terminou a semana passada a R$ 4,446, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP). Em algumas regiões do País, porém, o valor extrapola os R$ 5 reais. É o caso da cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro, e do Rio Branco, no Acre, onde foram registrados valores que ultrapassam a média nacional – R$ 5,24 e R$ 5,15, respectivamente.
No Tocantins, outro estado que tem registrado altas constantes, o preço da gasolina alcançou R$ 4,99 em alguns postos, e esse valor ainda pode aumentar depois do reajuste desta quarta.
Para o presidente em exercício da CUT-AC, Edimar Batista Tonelly, um dos mais afetados pelo aumento absurdo no valor da gasolina no estado, é muito preocupante essa situação. “Isso porque os reajustes muito acima da inflação estão afetando no endividamento das famílias aqui do Acre. E não só daqueles que usam carro, mas de todos”, diz.
Ele explica que o preço do frete na região, por causa da localização geográfica, é caro e isso faz com que os aumentos sejam repassados para praticamente todos os produtos consumidos pela população do Acre.
“Está terrível a situação e espero muito que nas eleições de outubro possamos eleger um novo governo que reverta o golpe e coloque o país novamente nos trilhos, pois assim está insustentável”, lamenta.