Manifestação contra a PEC 55 leva milhares à Paulista contra governo Temer
Novo protesto contra o governo Temer reafirma disposição dos movimentos sociais de lutar contra o retrocesso e a perda de direitos com PEC 55
Escrito por: Comunicação CNTRV/CUT • Publicado em: 28/11/2016 - 09:11 • Última modificação: 23/04/2022 - 16:58 Escrito por: Comunicação CNTRV/CUT Publicado em: 28/11/2016 - 09:11 Última modificação: 23/04/2022 - 16:58Cerca de 40 mil pessoas, de acordo os organizadores, ocuparam a Avenida Paulista na tarde de domingo (27) para protestar contra a PEC 55 – que limita investimentos públicos por 20 anos –, contra a perda de direitos dos trabalhadores e gritar "Fora Temer", em manifestação organizada pela frente Povo Sem Medo, que reúne mais de 30 movimentos sociais, entre eles o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
O ato começou por volta das 15h, em frente ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp) e ocupou os quarteirões próximos ao prédio. O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, disse que a PEC é um atentado ao povo brasileiro e que a declaração de Temer neste domingo, sobre a intenção de barrar a emenda da anistia ao caixa 2 é uma hipocrisia. "É a velha história de roubar a carteira e gritar 'pega ladrão'. Foram eles que criaram tudo isso", disse. Mais cedo, Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciaram um acordo entre o Legislativo e o Executivo para impedir a anistia.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, defendeu a saída imediata de Temer e eleições populares para eleger o sucessor. "Está na hora de fazer greve para tirar este governo. A nossa bandeira é 'diretas já'. Este Congresso não tem legitimidade (para eleger um presidente)"
Além de Boulos e Freitas, participaram do ato o senador Linbergh Farias (PT-RJ), os deputados Ivan Valente e Luiza Erundina (PSOL), a presidenta da UNE (União Nacional dos Estudantes), Carina Vitral, e o vereador eleito de São Paulo Eduardo Suplicy (PT).
Após a concentração, os manifestantes seguiram até a rua da Consolação e encerraram o ato na Praça Roosevelt, região central da capital paulista.
Um das coordenadoras da mobilização, Natália Szermeta disse que a PEC 55, se aprovada, poderá "destruir direitos trabalhistas e sociais" e por isso é alvo de protesto. Entre os manifestantes, estava a estudante do ensino médio Ana Júlia curtis Tavares, 16 anos. “Vim aqui porque sou contra essa medida [PEC 55] que vai tirar os direitos de quem tem poucos direitos já conquistados. Vamos ter um retrocesso”, avaliou.
José Tenório da Silva Filho, 39 anos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) decidiu se juntar ao protesto para cobrar o direito à moradia. “Há cinco anos estou aguardando isso.”
Os manifestantes também fizeram um minuto de silêncio em homenagem a Fidel Castro, líder da revolução cubana, que morreu ontem (26), e logo em seguida gritaram "Viva Fidel".
A Polícia Militar de São Paulo não divulgou estimativa de público da manifestação.