Dilma vai ao Senado e lamenta pelo que chamou de “morte da democracia”
Presidenta desafiou políticos em encontrar algum crime de responsabilidade contra ela e falou das ameaças trazidas pelo governo ilegítimo de Michel Temer
Escrito por: Comunicação CNTRV/CUT • Publicado em: 29/08/2016 - 13:23 • Última modificação: 23/04/2022 - 17:16 Escrito por: Comunicação CNTRV/CUT Publicado em: 29/08/2016 - 13:23 Última modificação: 23/04/2022 - 17:16Esta segunda-feira, dia 29 de agosto, entrou para a história do Brasil como o dia em que a presidenta Dilma Rousseff foi ao Senado Federal para denunciar o Golpe contra ela e contra a democracia. Para os golpistas, independente do que Dilma fale ou prove, o impeachment já está consolidado: “o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, será a consequência de um julgamento político no Congresso Nacional”, afirmou Álvaro Dias, líder do Partido Verde (PV) no Senador Federal.
Em seu discurso, Dilma se defendeu, mas, essencialmente, chamou atenção para o que está por trás do golpe. “A ameaça mais assustadora desse processo de impeachment sem crime de responsabilidade é congelar por inacreditáveis 20 anos todas as despesas com saúde, educação, saneamento, habitação. É impedir que, por 20 anos, mais crianças e jovens tenham acesso às escolas; que, por 20 anos, as pessoas possam ter melhor atendimento à saúde; que, por 20 anos, as famílias possam sonhar com casa própria”, acusou Dilma ao se referir às medidas adotadas pelo governo interino de Michel Temer. “Desvincular o piso das aposentadorias e pensões do salário mínimo será a destruição do maior instrumento de distribuição de renda do país, que é a Previdência Social. O resultado será mais pobreza, mais mortalidade infantil e a decadência dos pequenos municípios”, denunciou Rousseff.
Dilma afirmou ainda que a atual situação econômica do país é resultado de ações políticas contra o seu governo que não aceitou nenhum tipo de chantagem, especialmente do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, para que as investigações contra a corrupção cessassem. “Todos sabem que este processo de impeachment foi aberto por uma “chantagem explícita” do ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como chegou a reconhecer em declarações à imprensa um dos próprios denunciantes. Exigia aquele parlamentar que eu intercedesse para que deputados do meu partido não votassem pela abertura do seu processo de cassação”.
A Presidenta denunciou também o papel de subserviência da grande mídia sobre a criação de fatos para desestabilizar o governo: “Situações foram criadas, com apoio escancarado de setores da mídia, para construir o clima político necessário para a desconstituição do resultado eleitoral de 2014”.
Defesa:
Dilma desafiou os políticos em provarem algum crime de responsabilidade que ela teria cometido. Sobre cada uma das acusações, ela citou os princípios legais que provam que seu governo não cometeu crime algum. “Estamos a um passo da consumação de uma grave ruptura institucional. Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de Estado”, alertpi a Presidenta ao se referir que ela irá à um julgamento onde não há crime e sim interesses políticos.
Durante o discurso, Dilma se emocionou ao afirmar que temeu a morte por duas vezes na vida: quando esteve presa e torturada durante a época da ditadura militar e quando enfrentou uma doença grave. “Hoje, o medo que tenho aqui é da morte da democracia”, destacou.