Sindical-Ipirá recebe sinalização do governo da Bahia de levar nova empresa para assumir planta da Paquetá
Secretário de Desenvolvimento Ângelo Almeida visita fábrica de calçados que há três meses colocou 900 trabalhadores em lay-off; empresa está em recuperação judicial desde 2019
Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 06/09/2023 - 18:54 • Última modificação: 26/10/2023 - 10:36 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 06/09/2023 - 18:54 Última modificação: 26/10/2023 - 10:36Divugalção Comitiva que vistou instalações da Paquetá contou com a participação do prefeito de Ipirá, Dudy
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Couros de Ipirá (Sindical), entidade filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário (CNTRV-CUT), recebeu nesta segunda-feira (4/9) a sinalização do governo do estado de que o município baiano pode receber uma empresa capaz de gerar até 4 mil empregos para assumir a planta industrial da Paquetá Calçados, que está em grave crise desde 2019.
O anúncio foi feito pela presidenta do Sindical-Ipirá, Arlete Silva, que recepcionou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, para uma agenda na cidade que incluiu uma visita aos trabalhadores e trabalhadoras da Paquetá Calçados, tanto os que estão na produção como os que têm seus contratos suspensos.
Segundo a sindicalista, atualmente a Paquetá Calçados funciona em Ipirá apenas com 180 trabalhadores e trabalhadoras, enquanto mantém outros 900 afastados através do sistema de lay-off.
No ato público, realizado no auditório do centro cultural de Ipirá com cerca de 300 trabalhadores que estão em lay-off, o secretário Ângelo Almeida disse que haveria quatro empresas interessadas em se instalar na cidade, assumindo a planta industrial da Paquetá.
De acordo com Arlete Silva, o secretário disse ainda que, se até novembro a Paquetá não sinalizar mudanças ou melhora de sua situação, o governo adotará medidas judiciais cabíveis para que uma nova empresa assuma a planta da fábrica de calçados.
Outra solução, segundo Arlete, seria a Paquetá negociar sua saída e abrir caminho para a nova empresa. A sindicalista diz que a planta da Paquetá é enorme e comporta uma empresa com até 5 mil trabalhadores, com espaço para expansão.
A crise na Paquetá
A Paquetá é um grupo empresarial gaúcho com sede na cidade de Sapiranga (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, e quase 80 anos de atuação no ramo de couro e calçados.
O grupo possui 11 indústrias, localizadas no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Ceará, e emprega cerca de 7,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 1.250 postos de trabalho na unidade de Ipirá.
As duas principais marcas do grupo, que conta com mais de 200 lojas, entre próprias e franqueadas, são Capodarte e Ortopé.
Em junho de 2019, a Paquetá ingressou na Justiça com um processo de recuperação judicial sob a justificativa de acumular, à época, uma dívida de R$ 638,5 milhões.
A recuperação judicial, medida que serve para que uma empresa em dificuldade financeira possa superar a crise, foi instituída no Brasil em 2005 pela lei 11.101 em substituição à antiga Lei das Concordatas, de 1945.
Em junho deste ano, a Paquetá formalizou o lay-off que afastou temporariamente, até novembro, cerca de 900 trabalhadores. O lay-off é regulamentado em lei e prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da remuneração e da jornada. A proposta precisa ser aprovada em assembleia pelos trabalhadores.