Sapateiros de Novo Hamburgo conquistam 2º acordo que garante livre acesso ao banheiro

Sindicato desenvolve ações para impedir que empresas regulem "idas ao banheiro"

Escrito por: Redação CUT RS • Publicado em: 08/11/2021 - 19:09 • Última modificação: 23/11/2021 - 09:16 Escrito por: Redação CUT RS Publicado em: 08/11/2021 - 19:09 Última modificação: 23/11/2021 - 09:16

Sindicato dos Sapateiros de NH

Quatro meses após a assinatura de um acordo coletivo de trabalho com a fábrica de calçados Zenglein, que garante o livre acesso ao uso do banheiro durante a jornada de trabalho, o Sindicato das Sapateiras e dos Sapateiros de Novo Hamburgo (RS) conquistou um acordo idêntico com a Calçados Sommavilla. 

A proposta foi aprovada por unanimidade em assembleia das trabalhadoras e dos trabalhadores, realizada na última sexta-feira (5), dentro da empresa, conduzida pelo presidente do Sindicato, Jair Xavier dos Santos. Ao final, o documento foi assinado entre as partes e o acordo já está vigorando.

O primeiro acordo havia sido negociado entre o Sindicato e a Zenglein, depois que uma jovem trabalhadora grávida ter urinado nas calças após ser impedida de ir ao banheiro quando estava apertada, durante o seu horário de trabalho, em 24 de junho. Molhada, a sapateira teve que passar em frente aos colegas até o setor de Recursos Humanos, sofrendo enorme constrangimento e humilhação.

Libera o banheiro
Protesto diante da Calçados Zenglein. Foto: Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de NH

Com data-base em 1º de agosto, o Sindicato tentou incluir o livre acesso ao banheiro na convenção coletiva da categoria, mas os empresários se recusaram, alegando que o problema não existe. 

Diante da denúncia recebida pelo Sindicato de que mais um trabalhador teve negado seu direito de ir ao banheiro na Sommavilla, a direção da entidade junto com a assessoria jurídica cobrou explicações da fábrica e exigiu providências.

Liberdade de ir ao banheiro deve ser direito de quem trabalha

“Negociamos com a empresa e propomos o mesmo acordo fechado com a Zenglein que foi igualmente aprovado em assembleia das sapateiras e dos sapateiros para acabar com as restrições ao uso do banheiro”, afirma a diretora do Sindicato e da CUT-RS, Jaqueline Erthal.

Jaque na assembleia (2)
Jaqueline Erthal fala na assembleia. Foto: Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de NH

Para ela, “a liberdade de ir ao banheiro deve ser um direito de quem trabalha, ainda mais para as mulheres que, além das menstruações, sofrem muito com a incontinência urinária”.

“É mais uma vitória da capacidade de mobilização e negociação do Sindicato contra o desrespeito que ainda existe em muitas fábricas, que impedem em pleno século 21 o livre acesso ao uso do banheiro nos locais de trabalho”, destaca Jaqueline. “O segundo acordo reforça a necessidade de estender esse direito ao conjunto da categoria, pois não estamos diante de casos isolados”, salienta.

Para o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel, “os dois acordos assinados reforçam a importância do Sindicato como instrumento de representação da categoria para a conquista de melhores salários e condições dignas de trabalho e, por isso, é fundamental a sindicalização de cada trabalhadora e trabalhador”.

Para Antonio, que também é sapateiro, “o respeito à dignidade da trabalhadora e do trabalhador é fundamental para garantir empregos decentes”. 

Antonio falando
Secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel. Foto: CUT-RS

O que garante o acordo conquistado

- “As trabalhadoras e os trabalhadores devem ter livre acesso ao uso do banheiro desde o ingresso no local de trabalho até a sua saída”.

- A empresa deve manter um “coringa” para cada 25 trabalhadores/trabalhadores na esteira, “ressaltando que a prioridade de quem exerce a função de coringa é o atendimento das substituições junto às esteiras para o uso de banheiros”.

- Intervalo de cinco minutos a cada turno de trabalho junto à esteira e o trabalhador/trabalhadora “é livre para usufruir deste período do modo que melhor lhe convier no momento, não podendo este intervalo ser imposto como para uso do banheiro”.

- A cada dois meses serão realizadas reuniões para avaliação do acordo, sendo que o Sindicato “será sempre representado por no mínimo quatro integrantes da direção colegiada”.

- Será facultado ao Sindicato a realização de plebiscito antes das reuniões bimestrais “para que os trabalhadores e as trabalhadoras da empresa possam expressar de modo livre e sem identificação a sua opinião quanto ao efetivo cumprimento do presente acordo”.

- Vigência de dois anos.

Sommavilla (2)
Fábrica de Calçados Sommavilla. Foto: Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de NH

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Após pressão sindical, trabalhadores da Zenglein conquistam acordo que garante livre acesso ao banheiro 

Título: Sapateiros de Novo Hamburgo conquistam 2º acordo que garante livre acesso ao banheiro, Conteúdo: Quatro meses após a assinatura de um acordo coletivo de trabalho com a fábrica de calçados Zenglein, que garante o livre acesso ao uso do banheiro durante a jornada de trabalho, o Sindicato das Sapateiras e dos Sapateiros de Novo Hamburgo (RS) conquistou um acordo idêntico com a Calçados Sommavilla.  A proposta foi aprovada por unanimidade em assembleia das trabalhadoras e dos trabalhadores, realizada na última sexta-feira (5), dentro da empresa, conduzida pelo presidente do Sindicato, Jair Xavier dos Santos. Ao final, o documento foi assinado entre as partes e o acordo já está vigorando. O primeiro acordo havia sido negociado entre o Sindicato e a Zenglein, depois que uma jovem trabalhadora grávida ter urinado nas calças após ser impedida de ir ao banheiro quando estava apertada, durante o seu horário de trabalho, em 24 de junho. Molhada, a sapateira teve que passar em frente aos colegas até o setor de Recursos Humanos, sofrendo enorme constrangimento e humilhação. Protesto diante da Calçados Zenglein. Foto: Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de NH Com data-base em 1º de agosto, o Sindicato tentou incluir o livre acesso ao banheiro na convenção coletiva da categoria, mas os empresários se recusaram, alegando que o problema não existe.  Diante da denúncia recebida pelo Sindicato de que mais um trabalhador teve negado seu direito de ir ao banheiro na Sommavilla, a direção da entidade junto com a assessoria jurídica cobrou explicações da fábrica e exigiu providências. Liberdade de ir ao banheiro deve ser direito de quem trabalha “Negociamos com a empresa e propomos o mesmo acordo fechado com a Zenglein que foi igualmente aprovado em assembleia das sapateiras e dos sapateiros para acabar com as restrições ao uso do banheiro”, afirma a diretora do Sindicato e da CUT-RS, Jaqueline Erthal. Jaqueline Erthal fala na assembleia. Foto: Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de NH Para ela, “a liberdade de ir ao banheiro deve ser um direito de quem trabalha, ainda mais para as mulheres que, além das menstruações, sofrem muito com a incontinência urinária”. “É mais uma vitória da capacidade de mobilização e negociação do Sindicato contra o desrespeito que ainda existe em muitas fábricas, que impedem em pleno século 21 o livre acesso ao uso do banheiro nos locais de trabalho”, destaca Jaqueline. “O segundo acordo reforça a necessidade de estender esse direito ao conjunto da categoria, pois não estamos diante de casos isolados”, salienta. Para o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel, “os dois acordos assinados reforçam a importância do Sindicato como instrumento de representação da categoria para a conquista de melhores salários e condições dignas de trabalho e, por isso, é fundamental a sindicalização de cada trabalhadora e trabalhador”. Para Antonio, que também é sapateiro, “o respeito à dignidade da trabalhadora e do trabalhador é fundamental para garantir empregos decentes”.  Secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel. Foto: CUT-RS O que garante o acordo conquistado - “As trabalhadoras e os trabalhadores devem ter livre acesso ao uso do banheiro desde o ingresso no local de trabalho até a sua saída”. - A empresa deve manter um “coringa” para cada 25 trabalhadores/trabalhadores na esteira, “ressaltando que a prioridade de quem exerce a função de coringa é o atendimento das substituições junto às esteiras para o uso de banheiros”. - Intervalo de cinco minutos a cada turno de trabalho junto à esteira e o trabalhador/trabalhadora “é livre para usufruir deste período do modo que melhor lhe convier no momento, não podendo este intervalo ser imposto como para uso do banheiro”. - A cada dois meses serão realizadas reuniões para avaliação do acordo, sendo que o Sindicato “será sempre representado por no mínimo quatro integrantes da direção colegiada”. - Será facultado ao Sindicato a realização de plebiscito antes das reuniões bimestrais “para que os trabalhadores e as trabalhadoras da empresa possam expressar de modo livre e sem identificação a sua opinião quanto ao efetivo cumprimento do presente acordo”. - Vigência de dois anos. Fábrica de Calçados Sommavilla. Foto: Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de NH Leia mais Após pressão sindical, trabalhadores da Zenglein conquistam acordo que garante livre acesso ao banheiro 



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