No governo Temer, indústria nacional vai para o buraco
A pequena alta da produção industrial nos últimos meses foi completamente anulada
Escrito por: Rede Brasil Atual • Publicado em: 05/10/2016 - 00:01 • Última modificação: 04/10/2016 - 22:03 Escrito por: Rede Brasil Atual Publicado em: 05/10/2016 - 00:01 Última modificação: 04/10/2016 - 22:03Divulgação
O governo Temer, que prometia a volta da confiança e o fim de todos os males da economia, até então, tem colecionado indicadores negativos. Na terça (04), O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou mais um: o declínio da indústria brasileira. A pequena alta da produção industrial nos últimos meses foi completamente anulada por um recuo de 3,8% em agosto, na comparação com julho. Trata-se da maior queda de um mês para o outro desde janeiro de 2012. “As expectativas que se construíram [de recuperação] nitidamente não estão se concretizando", avaliou o economista do IBGE André Macedo. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a atividade industrial recuou 5,2% em agosto. No ano, de janeiro a agosto, a indústria acumula queda de 8,2% e, em 12 meses, de 9,3%.
"O setor industrial, em agosto de 2016, volta a mostrar um quadro de menor ritmo produtivo, com perfil disseminado de taxas negativas, já que três das quatro grandes categorias econômicas e 21 das 24 atividades apontaram redução na produção. Com o resultado desse mês, o total da indústria encontra-se 21,3% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013, diz o IBGE, em nota.
Apesar de as perdas terem sido generalizadas, os principais resultados negativos vieram dos produtos alimentícios (-8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,4%).
Entre as categorias económicas, a produção de Bens de Consumo Duráveis apresentou queda de 9,3 por cento sobre julho, recuo mais forte desde junho de 2015 (-13,5 por cento). Já os Bens Intermediários recuaram 4,3 por cento, maior queda desde dezembro de 2008 (-11,3 por cento).
Apesar do esforço da mídia em construir um ambiente de otimismo após a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, a realidade tem se mostrado mais dramática. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), por exemplo, aponta que, em setembro, o setor industrial reduziu a produção e o número de funcionários devido à fraqueza tanto do mercado externo quanto interno.
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, admitiu nesta terça-feira (4) ver com "certa preocupação" os resultados da produção industrial no país. O fato é que, até então, nenhuma medida apresentada pelo atual governo tem o poder de barrar o processo de desindustrialização da economia brasileira.
Após participar de reunião, no Palácio do Planalto, do chamado Fórum de Desenvolvimento Produtivo, ele apelou para a principal estratégia do governo temer para responder às críticas em todas as áreas: colocar a culpa nas costas do governo anterior.
"Avaliamos com certa preocupação [o resultado divulgado pelo IBGE]. Estamos trabalhando para que os números voltem a crescer. A crise que recebemos no país era aguda e profunda. Este tema de exportações, que discutimos no fórum, poderá contribuir para a melhoria do desempenho da indústria", afirmou o ministro.
Segundo ele, o grupo vai focar as discussões em três eixos principais para estimular a economia e "destravar o Brasil": infraestrutura, exportações e "melhoria" do ambiente de negócios.