Mulheres do ramo vestuário reforçam luta por um mundo sem machismo

Encontro realizado virtualmente debateu violência de gênero em casa, no trabalho e nos espaços sociais e políticos

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 29/03/2021 - 19:14 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 29/03/2021 - 19:14

Reprodução

                “O oito de março começou com as costureiras e essa categoria ainda exerce um papel central no combate à violência de gênero”, expressou Maria do Rosário em sua palestra às participantes do Encontro Nacional de Mulheres do Ramo Vestuário da CUT, realizado no último sábado, 27, de forma virtual. Além da deputada, a atividade contou com a participação da secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista e da enonomista Marilane Teixeira, além de mais de 40 mulheres sindicalistas e trabalhadores de base.

                A deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Maria do Rosário falou dos desafios da mulher na política e reforçou a importância do voto para transformar a conjuntura. Neste sentido, Rosário destacou a luta pelo impeachment de Bolsonaro com uma das mais importantes na atualidade. “Esse governo é fatal para as mulheres vítimas de violência. Invés de política pública para combater a violência, ele propõe a facilitação às armas. Da mesma forma, Bolsonaro representa, por seu discurso negacionista e sua inércia frente a compra de vacinas, a morte de milhares de vítimas da COVID-19. Não é possível garantir segurança para as mulheres com este governo no poder”, criticou.

                Por fim, Rosário conclamou as mulheres para permanecerem na luta e não perderem a fé na política. “A esperança é o que move as lideranças. Jamais podemos perder a esperança de que uma vida melhor para todas e todos é possível”, finalizou.

Formas de violência no trabalho

                Juneia Batista falou sobre as principais formas de violência e destacou o fato de que muitas mulheres são violentadas no mundo do trabalho sem ao menos terem consciência disso. “O salário menor é uma das formas de violência. Mas existem outras formas de violência que afetam a saúde física e mental das mulheres como é o caso do assédio moral, por exemplo. O assédio mexe prejudica a saúde da gente”, afirmou.

                Juneia destacou a luta mundial pela ratificação da Convenção 190 e analisou as possibilidades internas. “Nossa luta principal no momento é pela sobrevivência. Os retrocessos após o golpe contra a presidenta Dilma são tantos que voltamos a lutar pelo básico. A Convenção 190 parece distante da realidade trazida por este governo, mas nem por isso devemos desanimar. Ela deve ser debatida por meio das bancadas progressistas no Congresso. Implementar esse debate já é um grande avanço nessa conjuntura”, apontou a sindicalista.

                A Convenção 190 estabelece que governos, empregadores/as e trabalhadores/as atuem para prevenir e combater a violência de gênero. Além disso, o tratado aponta os riscos psicossociais relacionados à violência doméstica com impacto direto na vida laboral das trabalhadoras.

           Na América Latina, por enquanto apenas a Argentina e Uruguai ratificaram a Convenção 190. Existem outras nações espalhadas pelo mundo que já ratificaram ou assumiram compromisso de implementar o debate para sua ratificação.

Impactos da pandemia

                 A economista Marilane Teixeira apresentou um balanço sobre os impactos da pandemia para as mulheres no mercado de trabalho. Apontando a reforma trabalhista de 2017 como referência, ela destacou que “a crise chega em um momento em que as relações de trabalho já estavam extremamente fragilizadas e seus impactos foram muito maiores para as mulheres”. Segundo Marilane, as mulheres estão sendo as maiores vítimas do desemprego e do trabalho precário.

            Em pesquisa realizada entre as participantes do Encontro, 73% avaliam que a situação econômica das mulheres piorou durante a pandemia e 89% informou que o desemprego entre as mulheres aumentou em suas respectivas bases de representação.

           Para Cida Trajano, presidenta da CNTRV, o movimento sindical tem um papel fundamental para buscar melhores condições de vida e de trabalho às mulheres. “Não temos outro caminho senão o da luta e os sindicatos historicamente tiveram papel central em cada conquista da classe trabalhadora. Neste momento, estas mulheres contam apenas com os sindicatos e nós devemos continuar representando, negociando, debatendo e buscando os caminhos para mudança”, convocou.

          “Nosso maior propósito é derrotar esse governo. Lutaremos pelo Impeachment da mesma forma que nos organizaremos e buscaremos convencer a classe trabalhadora da tragédia que é votar em candidatos que não tem compromisso com os mais pobres como foi o caso de Bolsonaro, de governadores e deputados e deputadas que chegaram ao poder surfando na onda bolsonarista”, frisou Trajano.

 

 

Título: Mulheres do ramo vestuário reforçam luta por um mundo sem machismo, Conteúdo:                 “O oito de março começou com as costureiras e essa categoria ainda exerce um papel central no combate à violência de gênero”, expressou Maria do Rosário em sua palestra às participantes do Encontro Nacional de Mulheres do Ramo Vestuário da CUT, realizado no último sábado, 27, de forma virtual. Além da deputada, a atividade contou com a participação da secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista e da enonomista Marilane Teixeira, além de mais de 40 mulheres sindicalistas e trabalhadores de base.                 A deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Maria do Rosário falou dos desafios da mulher na política e reforçou a importância do voto para transformar a conjuntura. Neste sentido, Rosário destacou a luta pelo impeachment de Bolsonaro com uma das mais importantes na atualidade. “Esse governo é fatal para as mulheres vítimas de violência. Invés de política pública para combater a violência, ele propõe a facilitação às armas. Da mesma forma, Bolsonaro representa, por seu discurso negacionista e sua inércia frente a compra de vacinas, a morte de milhares de vítimas da COVID-19. Não é possível garantir segurança para as mulheres com este governo no poder”, criticou.                 Por fim, Rosário conclamou as mulheres para permanecerem na luta e não perderem a fé na política. “A esperança é o que move as lideranças. Jamais podemos perder a esperança de que uma vida melhor para todas e todos é possível”, finalizou. Formas de violência no trabalho                 Juneia Batista falou sobre as principais formas de violência e destacou o fato de que muitas mulheres são violentadas no mundo do trabalho sem ao menos terem consciência disso. “O salário menor é uma das formas de violência. Mas existem outras formas de violência que afetam a saúde física e mental das mulheres como é o caso do assédio moral, por exemplo. O assédio mexe prejudica a saúde da gente”, afirmou.                 Juneia destacou a luta mundial pela ratificação da Convenção 190 e analisou as possibilidades internas. “Nossa luta principal no momento é pela sobrevivência. Os retrocessos após o golpe contra a presidenta Dilma são tantos que voltamos a lutar pelo básico. A Convenção 190 parece distante da realidade trazida por este governo, mas nem por isso devemos desanimar. Ela deve ser debatida por meio das bancadas progressistas no Congresso. Implementar esse debate já é um grande avanço nessa conjuntura”, apontou a sindicalista.                 A Convenção 190 estabelece que governos, empregadores/as e trabalhadores/as atuem para prevenir e combater a violência de gênero. Além disso, o tratado aponta os riscos psicossociais relacionados à violência doméstica com impacto direto na vida laboral das trabalhadoras.            Na América Latina, por enquanto apenas a Argentina e Uruguai ratificaram a Convenção 190. Existem outras nações espalhadas pelo mundo que já ratificaram ou assumiram compromisso de implementar o debate para sua ratificação. Impactos da pandemia                  A economista Marilane Teixeira apresentou um balanço sobre os impactos da pandemia para as mulheres no mercado de trabalho. Apontando a reforma trabalhista de 2017 como referência, ela destacou que “a crise chega em um momento em que as relações de trabalho já estavam extremamente fragilizadas e seus impactos foram muito maiores para as mulheres”. Segundo Marilane, as mulheres estão sendo as maiores vítimas do desemprego e do trabalho precário.             Em pesquisa realizada entre as participantes do Encontro, 73% avaliam que a situação econômica das mulheres piorou durante a pandemia e 89% informou que o desemprego entre as mulheres aumentou em suas respectivas bases de representação.            Para Cida Trajano, presidenta da CNTRV, o movimento sindical tem um papel fundamental para buscar melhores condições de vida e de trabalho às mulheres. “Não temos outro caminho senão o da luta e os sindicatos historicamente tiveram papel central em cada conquista da classe trabalhadora. Neste momento, estas mulheres contam apenas com os sindicatos e nós devemos continuar representando, negociando, debatendo e buscando os caminhos para mudança”, convocou.           “Nosso maior propósito é derrotar esse governo. Lutaremos pelo Impeachment da mesma forma que nos organizaremos e buscaremos convencer a classe trabalhadora da tragédia que é votar em candidatos que não tem compromisso com os mais pobres como foi o caso de Bolsonaro, de governadores e deputados e deputadas que chegaram ao poder surfando na onda bolsonarista”, frisou Trajano.    



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