Macrossetor realiza segunda etapa de Encontro Nacional
Evento será nesta quarta-feira, 12, por meio de videoconferência. Primeira etapa contou mais mais de 150 participantes.
Escrito por: Redação CONTICOM • Publicado em: 11/08/2020 - 19:04 Escrito por: Redação CONTICOM Publicado em: 11/08/2020 - 19:04Divulgação O vice-presidente da CNTRV, João Batista Xavier, foi um dos participantes da primeira etapa
Nesta quarta-feira, 12, o Macrossetor da Indústria da CUT realiza a segunda etapa de seu Encontro Nacional. Confira a programação:
PRIMEIRA ETAPA DEBATEU A INDÚSTRIA NO BRASIL E DEMAIS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA
Com participação de mais de 150 dirigentes sindicais do Macrossetor da Indústria da CUT, MSI, uma organização política que reúne entidades sindicais dos ramos vestuário, químico, construção e madeira, metalúrgico, alimentação e energia, participaram da primeira etapa de um encontro nacional. A atividade foi realizada na última quarta-feira, 5, de forma virtual e transmitida Ao Vivo por meio do facebook. Para assistir, CLIQUE AQUI.
Os debates se concentraram no perfil da indústria no Brasil e nos demais países da América Latina e nos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, que, segundo os palestrantes, aprofundou uma crise já em curso.
Para Marino Vani, secretário regional da IndustriALL Global Union, a desindustrialização na região não é algo recente, mas o cenário piorou a partir de uma nova onda eleitoral de líderes da extrema-direita. “Dos anos 80 até 2020, o indústria latino-americana cresceu apenas 8%, ou seja, 02% ao ano. Embora os números do Brasil sobre geração de novos postos de trabalho nos setores industrias entre 2000 a 2014 sejam importantes, no conjunto dos países, o crescimento foi muito pequeno”, destacou.
“Nossa indústria é global e, portanto, faz parte de um processo de globalização. Nesse sentido nossas opções políticas influenciam onde estamos hoje e onde podemos chegar amanhã”, refletiu o sindicalista.
Marino Vani, da IndustriALL Global Union
Marino falou ainda da importância do empoderamento sindical nos aspectos de aumento de sindicalização e regionalização das lutas comuns aos povos latinos. “Quando não temos sindicatos, temos menos distribuição de renda e com isso, mais desigualdade.
Organização sindical como resposta à crise
Tanto o representante da IndustriALL, Marino Vani, quanto o da ICM, Nilton Freitas, que também integrou a programação, concordam com a necessidade sobre a construção de entidades sindicais mais abrangentes e capazes de representar melhor os interesses corporativos e sócio-políticos da classe trabalhadora. “Nos setores representados pela ICM, percebemos que os sindicatos mais atuantes e responsivos são justamente aqueles cuja base territorial é mais abrangente”, revelou Nilton Freitas.
A opinião foi reforçada pela representante da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), Bárbara Figueiroa. “Os desafios do mundo do trabalho já não são mais apenas sobre direitos individuais ou coletivos a respeito de jornada de trabalho, condições de segurança e saúde, salários, mas também sobre modelos produtivos e de desenvolvimento dos países. Não basta dizer que queremos proteger a classe trabalhadora se nossos próprios modelos produtivos não fortalecem, em nível nacional, os modelos susentáves de produçãol, por exemplo.
Participação internacional
Além das representações da CSA, IndustriALL Global Union e ICM, o encontro contou também com a participação da Laura Tompkins, representante no Brasil do Solidarity Center, entidade ligada à AFL-CIO, uma das maiores organizações sindicais norte-americanas."
A indústria no Brasil
Leandro Horie (Diesse), Marilane Teixeira (CESIT/Unicamp) e Rafael Marques (TID Brasil) exporam sobre os desafios da indústria no Brasil. "O fato é que a partir de março, a pandemia atingiu em cheio a indústria brasileira. Prova da fragilidade da nossa indústria foi a busca pela importação de insumos utilizados para o enfrentamento da própria pandemia, como respiradores e até máscara. De forma geral, a Indústria foi o setor que mais demitiu na pandemia, cercar de 2,4 milhões de desligamentos", analisou Leandro Horie.
Para a economista Marilane Teixeira, se a indústria não for vista como questão estratégica de desenvovimento nacional e internacional, dificilmente será retomada no Brasil. "Temos uma sociedade extremamente rentista e cada vez menos comprometida com investimentos que realmente geram emprego e renda pra população", criticou.
Rafael Marques dialogou com os particpantes sobre a importância de elaboração de propostas da classe trabalhadora para o desenvolvimento industrial brasileiro. Assista AQUI.