Golpe foi pacto para barrar Lava Jato
Gravação comprova que obstrução da Lava Jato foi negociada em troca dos votos para o impeachment.
Escrito por: • Publicado em: 23/05/2016 - 11:09 Escrito por: Publicado em: 23/05/2016 - 11:09
Nas informações publicadas pela Folha, a conversa ao telefone entre o senador licenciado, Romero Jucá, ocupando atualmente o ministério do Planejamento, e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, revela o interesse entre os interlocutores em acelerar o afastamento da presidenta Dilma Rousseff para barrar as investigações da operação Lava Jato. Ambos são citados na operação, sendo que Machado foi alvo de uma das fases e teve sua residência visitada por policiais federais. Romero, citado por delatores, chega a afirmar literalmente: “Com Dilma não dá”. E ambos são categóricos: “Tem que ter impeachment”. “Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”, afirma Jucá.
Mais adiante, o diálogo entre os dois é mais revelador. Machado afirma: “Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]. (…) É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”. Jucá reforça e prevê o STF no acordo: “Com o Supremo, com tudo”. Machado arremata: Com tudo, aí parava tudo.”
O diálogo teria ocorrido em março deste ano e os dois se mostram preocupados com o tempo. A certa altura Machado afirma: “ Porque se a gente não tiver saída… Porque não tem muito tempo”. Jucá reforça: “Não, o tempo é emergencial”. E Machado propõe uma conversa: É emergencial, então preciso ter uma conversa emergencial com vocês”.