Crise política se agrava com denúncia de ex-ministro golpista

Sem legitimidade para governar o país, renúncia e eleições diretas seriam melhor solução

Escrito por: Comunicação CNTRV/CUT • Publicado em: 28/11/2016 - 09:15 • Última modificação: 23/04/2022 - 16:57 Escrito por: Comunicação CNTRV/CUT Publicado em: 28/11/2016 - 09:15 Última modificação: 23/04/2022 - 16:57

Num claro tom de desespero político, o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP) justificou – mas não explicou – em entrevista coletiva à imprensa, no domingo (27/11), os últimos atos que levaram à pior crise da presidência da República desde que o golpe de estado ficou institucionalizado pelo Congresso Nacional. Ao lado dos presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que pretende impedir proposta que prevê anistia ao caixa 2, articulada por parlamentares. Porém, o pano de fundo para chamar a mídia amiga foi o temor de que as gravações do ex-ministro Marcelo Caleiro venham à tona hoje à noite em programa dominical de grande audiência da TV Globo.

O presidente sem voto para implementar uma agenda prejudicial e nefasta ao povo brasileiro disse, ainda, que o crescimento econômico do país, derretido principalmente em razão do golpe, será retomado somente a partir do segundo semestre de 2017. Apontou medidas que chamou de “singelas” para retomar o emprego como, por exemplo, o financiamento de R$ 3 milhões para aquisição de casa própria e o Cartão Reforma, iniciativas da Caixa Federal, que beneficiam diretamente o bolso dos amigos e empresários da construção civil.

Até hoje escondido do povo e das ruas, fazendo aparições somente em ambientes fechados entre políticos, aliados e empresários, além da imprensa comercial, Temer disse que a prioridade da agenda golpista até o final deste ano é aprovar a PEC 55/241. Também falou que pretende realizar as reformas da previdência e trabalhista a toque de caixa. Ele destacou o “diálogo” entre todos os setores da sociedade para tomar essa atitude e anunciou que chamará todas as entidades representantes dos trabalhadores para debater a reforma da previdência. Os presidentes da Câmara e Senado, sentados um de cada lado de Temer, em clara demonstração de união entre executivo e legislativo, concordavam com cada item anunciado, acenando afirmativamente com a cabeça. Cabe lembrar que todas as medidas impostas às pressas, estão sendo aplicadas sem participação popular ou consulta à sociedade, de forma autoritária pelos três poderes que articularam o golpe contra a presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos, Dilma Rousseff.

O estopim da crise

A República caiu em menos de 24 horas após depoimento do ex-ministro da Cultura, o diplomata de plumagem tucana Marcelo Calero. Em depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (24.11) à noite, Calero afirmou que sofreu pressão por parte do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e também do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP), para aprovar obra ilegal em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, pasta ocupada pelo diplomata antes de pedir demissão. Segundo noticia a imprensa, Geddel seria o proprietário de um apartamento avaliado em R$ 2,5 milhões, que seria construído em área histórica no centro de Salvador/BA.

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a situação do Palácio do Planalto é extremamente grave. Segundo ela, o presidente ilegítimo estava fazendo tráfico de influência a favor de um interesse privado. “Temer disse, por meio de porta voz, que aquilo era mediação de conflitos entre ministérios, portanto cabia à Casa Civil ou Presidência fazê-lo. Conflito entre ministérios se dá quando existe uma discussão de políticas públicas, um entendimento sobre algum encaminhamento que não seja relacionado a interesses particulares”, explicou a parlamentar. A senadora petista vê uma única solução para livrar o país da crise política que vem paralisando as atividades do Congresso e econômicas no país: a renúncia! “Temer deveria compensar sua pequenez renunciando e convocando eleições diretas. Só tem uma coisa para curar o país dessa situação que é chamar o povo às urnas para que alguém tenha legitimidade em sentar na cadeira na presidência da República”, concluiu.

Diante do agravamento do quadro político, a oposição avalia se cabe fazer um pedido de impeachment. As Bancadas do PT na Câmara e no Senado, juntamente com outros partidos de oposição, soltaram nota oficial no início da tarde desta sexta-feira (25/11) divulgando que irão requerer à Polícia Federal cópia do depoimento de Calero e de provas apresentadas por ele, para uma análise detalhada, na próxima segunda-feira (28/11), com juristas renomados.

Seis quedas ministeriais em seis meses

Geddel é o sexto ministro do governo golpista a pedir demissão, pressionado por denúncias envolvendo casos no mínimo suspeitos. Nos primeiros 45 dias de governo ilegítimo, o presidente sem voto perdeu três ministros por suspeitas de corrupção ligadas a Operação Lava Jato. São eles Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), todos eles quadros do PMDB. Teve ainda Fábio Medina Osório, da AGU, e Calero que pediu demissão essa semana e foi o pivô da maior crise institucional após a institucionalização do golpe de estado.

Título: Crise política se agrava com denúncia de ex-ministro golpista, Conteúdo: Num claro tom de desespero político, o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP) justificou – mas não explicou – em entrevista coletiva à imprensa, no domingo (27/11), os últimos atos que levaram à pior crise da presidência da República desde que o golpe de estado ficou institucionalizado pelo Congresso Nacional. Ao lado dos presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que pretende impedir proposta que prevê anistia ao caixa 2, articulada por parlamentares. Porém, o pano de fundo para chamar a mídia amiga foi o temor de que as gravações do ex-ministro Marcelo Caleiro venham à tona hoje à noite em programa dominical de grande audiência da TV Globo. O presidente sem voto para implementar uma agenda prejudicial e nefasta ao povo brasileiro disse, ainda, que o crescimento econômico do país, derretido principalmente em razão do golpe, será retomado somente a partir do segundo semestre de 2017. Apontou medidas que chamou de “singelas” para retomar o emprego como, por exemplo, o financiamento de R$ 3 milhões para aquisição de casa própria e o Cartão Reforma, iniciativas da Caixa Federal, que beneficiam diretamente o bolso dos amigos e empresários da construção civil. Até hoje escondido do povo e das ruas, fazendo aparições somente em ambientes fechados entre políticos, aliados e empresários, além da imprensa comercial, Temer disse que a prioridade da agenda golpista até o final deste ano é aprovar a PEC 55/241. Também falou que pretende realizar as reformas da previdência e trabalhista a toque de caixa. Ele destacou o “diálogo” entre todos os setores da sociedade para tomar essa atitude e anunciou que chamará todas as entidades representantes dos trabalhadores para debater a reforma da previdência. Os presidentes da Câmara e Senado, sentados um de cada lado de Temer, em clara demonstração de união entre executivo e legislativo, concordavam com cada item anunciado, acenando afirmativamente com a cabeça. Cabe lembrar que todas as medidas impostas às pressas, estão sendo aplicadas sem participação popular ou consulta à sociedade, de forma autoritária pelos três poderes que articularam o golpe contra a presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos, Dilma Rousseff. O estopim da crise A República caiu em menos de 24 horas após depoimento do ex-ministro da Cultura, o diplomata de plumagem tucana Marcelo Calero. Em depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (24.11) à noite, Calero afirmou que sofreu pressão por parte do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e também do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP), para aprovar obra ilegal em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, pasta ocupada pelo diplomata antes de pedir demissão. Segundo noticia a imprensa, Geddel seria o proprietário de um apartamento avaliado em R$ 2,5 milhões, que seria construído em área histórica no centro de Salvador/BA. Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a situação do Palácio do Planalto é extremamente grave. Segundo ela, o presidente ilegítimo estava fazendo tráfico de influência a favor de um interesse privado. “Temer disse, por meio de porta voz, que aquilo era mediação de conflitos entre ministérios, portanto cabia à Casa Civil ou Presidência fazê-lo. Conflito entre ministérios se dá quando existe uma discussão de políticas públicas, um entendimento sobre algum encaminhamento que não seja relacionado a interesses particulares”, explicou a parlamentar. A senadora petista vê uma única solução para livrar o país da crise política que vem paralisando as atividades do Congresso e econômicas no país: a renúncia! “Temer deveria compensar sua pequenez renunciando e convocando eleições diretas. Só tem uma coisa para curar o país dessa situação que é chamar o povo às urnas para que alguém tenha legitimidade em sentar na cadeira na presidência da República”, concluiu. Diante do agravamento do quadro político, a oposição avalia se cabe fazer um pedido de impeachment. As Bancadas do PT na Câmara e no Senado, juntamente com outros partidos de oposição, soltaram nota oficial no início da tarde desta sexta-feira (25/11) divulgando que irão requerer à Polícia Federal cópia do depoimento de Calero e de provas apresentadas por ele, para uma análise detalhada, na próxima segunda-feira (28/11), com juristas renomados. Seis quedas ministeriais em seis meses Geddel é o sexto ministro do governo golpista a pedir demissão, pressionado por denúncias envolvendo casos no mínimo suspeitos. Nos primeiros 45 dias de governo ilegítimo, o presidente sem voto perdeu três ministros por suspeitas de corrupção ligadas a Operação Lava Jato. São eles Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), todos eles quadros do PMDB. Teve ainda Fábio Medina Osório, da AGU, e Calero que pediu demissão essa semana e foi o pivô da maior crise institucional após a institucionalização do golpe de estado.



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