CNTRV debate relações de trabalho com foco em gênero e trabalhadores LGBTQI+

Encontro virtual contou com ampla participação de sindicalistas das regiões sul, sudeste e nordeste

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 10/04/2021 - 12:07 • Última modificação: 12/05/2021 - 17:49 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 10/04/2021 - 12:07 Última modificação: 12/05/2021 - 17:49

Divulgação

Com participação de 43 dirigentes sindicais e membros da direção executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, um encontro virtual realizado no último dia 7, deu início a uma série de atividades do projeto denominado “Empoderamento dos Sindicatos Brasileiros do Setor Vestuário para Combater a Violência com Base no Gênero e a Discriminação LGBTQI+ no Local de Trabalho”.

O projeto é realizado pelo Solidarity Center, uma entidade de cooperação sindical global ligada à Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais, AFL-CIO.  A CNTRV  é a entidade parceria para o  desenvolvimento do Projeto que conta ainda com o apoio da  Laudes Fundation, uma entidade criada para desafiar e inspirar a indústria a utilizar seu poder para o bem comum.

Alexis de Simone, represente do Solidarity Center, participou do Encontro e destacou a importância do movimento sindical brasileiro em debater questões de gênero e LGBTQI+ também no aspecto de relações de trabalho. “Não podemos defender os direitos integrais da classe trabalhadora se ignoramos pessoas entre nós. Se ignoramos as mulheres, as pessoas LGBTQI+, significa que não estamos fazendo um trabalho para todas e todos”, apontou.

Alexis de Simone - Solidarity CenterAlexis de Simone - Solidarity Center

Assista AQUI a saudação de Laura de Simone

 

Realidade no setor vestuário

As pesquisadoras do Dieese Laura Benevides e Luísa Cruz apresentaram um quadro sobre as condições de trabalho e salários das mulheres do ramo vestuário e fez um recorte específico para a questão LGBTQI+. “No Brasil, as trabalhadoras e trabalhadores LGBTs estão invisíveis. Isso porque não há pesquisas que apontem dados concretos sobre os principais problemas e tipos de violência que afetam essa população no trabalho, contudo, é possível ter uma dimensão do que acontece. Projetos como este trazem a oportunidade de dar visibilidade ao tema”, ressaltou.

Dentre os pouquíssimos dados existentes, Laura destacou uma pesquisa realizada em escala continental na América Latina que apontam questões como assédio, violência de discriminação à diversidade sexual no trabalho.

32,3% não declaram orientação sexual no trabalho32,3% não declaram orientação sexual no trabalho

Baixe AQUI a apresentação na íntegra

A palestra da pesquisadora Laura Benevides pode ser assistida na íntegra AQUI.

 

Saídas

"A inexistência de um diálogo social entre representantes dos trabalhadores e empresas sobre a assunto é um dos fatos que contribuem para a  perpetuação de situações de violência de gênero no trabalho", afirma  Cida Trajano, presidenta da CNTRV. Segundo ela, é preciso estabelecer um plano de ação estruturado em conjunto com os representantes patronais. “Uma coisa é a negociação coletiva feita pelos sindicatos. Nela é possível avançar sob o ponto de vista de obter cláusulas que garantam igualdade de gênero. Outra coisa é uma política do setor voltada para o combate da violência e discriminação contra mulheres e trabalhadores LGBT’s. Essa política só pode ser construída de forma macro, por meio do diálogo social”, apontou a sindicalista.

Fábio Lins, dirigente sindical do ramo químico da CUT e especialista em diálogo social, participou do encontro e falou aos participantes sobre como estruturar um processo duradouro e consistente de diálogo com os representantes da empresa. “A experiência brasileira de diálogo social ainda é bem tímida e relativamente nova. O primeiro ponto a ser descontruído é a confusão entre o diálogo social e a negociação coletiva. O diálogo, como o próprio nome diz, pode apontar para questões a serem negociadas coletivamente, contudo, não é a negociação em si”, alertou.

Fábio destacou a importância de estabelecer o conceito, formas, níveis e dimensões do diálogo, que pode ser bipartite (empresários e trabalhadores), tripartite (empresários, trabalhadores e  governos), multipartite ou tripartite plus (empresários, trabalhadores, governos e outras representações sociais). “O diálogo social pode ser informal, com iniciativas espontâneas, ou institucional, quando há uma série de formalidades e regramentos para a construção coletiva do diálogo”, relatou.

Fábio Lins - Dirigente Sindical do Ramo Químico da CUTFábio Lins - Dirigente Sindical do Ramo Químico da CUT

A palestra do sindicalista Fábio Lins pode ser assistida na íntegra AQUI.

 

Próxima etapa

O Projeto prevê uma reunião virtual com representantes patronais com objetivo de estabelecer um diálogo social informal com vistas à institucionalização de um sistema democrático de diálogo sobre igualdade de gênero e fim de toda forma de discriminação no setor vestuário do Brasil.

 

Título: CNTRV debate relações de trabalho com foco em gênero e trabalhadores LGBTQI+, Conteúdo: Com participação de 43 dirigentes sindicais e membros da direção executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, um encontro virtual realizado no último dia 7, deu início a uma série de atividades do projeto denominado “Empoderamento dos Sindicatos Brasileiros do Setor Vestuário para Combater a Violência com Base no Gênero e a Discriminação LGBTQI+ no Local de Trabalho”. O projeto é realizado pelo Solidarity Center, uma entidade de cooperação sindical global ligada à Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais, AFL-CIO.  A CNTRV  é a entidade parceria para o  desenvolvimento do Projeto que conta ainda com o apoio da  Laudes Fundation, uma entidade criada para desafiar e inspirar a indústria a utilizar seu poder para o bem comum. Alexis de Simone, represente do Solidarity Center, participou do Encontro e destacou a importância do movimento sindical brasileiro em debater questões de gênero e LGBTQI+ também no aspecto de relações de trabalho. “Não podemos defender os direitos integrais da classe trabalhadora se ignoramos pessoas entre nós. Se ignoramos as mulheres, as pessoas LGBTQI+, significa que não estamos fazendo um trabalho para todas e todos”, apontou. Assista AQUI a saudação de Laura de Simone   Realidade no setor vestuário As pesquisadoras do Dieese Laura Benevides e Luísa Cruz apresentaram um quadro sobre as condições de trabalho e salários das mulheres do ramo vestuário e fez um recorte específico para a questão LGBTQI+. “No Brasil, as trabalhadoras e trabalhadores LGBTs estão invisíveis. Isso porque não há pesquisas que apontem dados concretos sobre os principais problemas e tipos de violência que afetam essa população no trabalho, contudo, é possível ter uma dimensão do que acontece. Projetos como este trazem a oportunidade de dar visibilidade ao tema”, ressaltou. Dentre os pouquíssimos dados existentes, Laura destacou uma pesquisa realizada em escala continental na América Latina que apontam questões como assédio, violência de discriminação à diversidade sexual no trabalho. Baixe AQUI a apresentação na íntegra A palestra da pesquisadora Laura Benevides pode ser assistida na íntegra AQUI.   Saídas A inexistência de um diálogo social entre representantes dos trabalhadores e empresas sobre a assunto é um dos fatos que contribuem para a  perpetuação de situações de violência de gênero no trabalho, afirma  Cida Trajano, presidenta da CNTRV. Segundo ela, é preciso estabelecer um plano de ação estruturado em conjunto com os representantes patronais. “Uma coisa é a negociação coletiva feita pelos sindicatos. Nela é possível avançar sob o ponto de vista de obter cláusulas que garantam igualdade de gênero. Outra coisa é uma política do setor voltada para o combate da violência e discriminação contra mulheres e trabalhadores LGBT’s. Essa política só pode ser construída de forma macro, por meio do diálogo social”, apontou a sindicalista. Fábio Lins, dirigente sindical do ramo químico da CUT e especialista em diálogo social, participou do encontro e falou aos participantes sobre como estruturar um processo duradouro e consistente de diálogo com os representantes da empresa. “A experiência brasileira de diálogo social ainda é bem tímida e relativamente nova. O primeiro ponto a ser descontruído é a confusão entre o diálogo social e a negociação coletiva. O diálogo, como o próprio nome diz, pode apontar para questões a serem negociadas coletivamente, contudo, não é a negociação em si”, alertou. Fábio destacou a importância de estabelecer o conceito, formas, níveis e dimensões do diálogo, que pode ser bipartite (empresários e trabalhadores), tripartite (empresários, trabalhadores e  governos), multipartite ou tripartite plus (empresários, trabalhadores, governos e outras representações sociais). “O diálogo social pode ser informal, com iniciativas espontâneas, ou institucional, quando há uma série de formalidades e regramentos para a construção coletiva do diálogo”, relatou. A palestra do sindicalista Fábio Lins pode ser assistida na íntegra AQUI.   Próxima etapa O Projeto prevê uma reunião virtual com representantes patronais com objetivo de estabelecer um diálogo social informal com vistas à institucionalização de um sistema democrático de diálogo sobre igualdade de gênero e fim de toda forma de discriminação no setor vestuário do Brasil.  



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