CNTRV-CUT defende nova etapa para projeto de unidade sindical em cadeias globais da moda

Defesa foi feita em reunião virtual com participação de dirigentes de vários países das Américas, incluindo centrais sindicais do Brasil e de Honduras

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 23/08/2024 - 08:20 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 23/08/2024 - 08:20

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O projeto iniciado em 2017 que prevê a construção de alianças sindicais regionais do setor têxtil/vestuário no âmbito das Américas vem cumprindo desde o início suas metas, chega aos dias atuais com importantes conquistas, mas necessita a partir de agora de um salto de qualidade para avançar rumo à consolidação de mudanças estruturais na regulação das relações capital-trabalho do mundo da moda.

A defesa dessa tese é da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), Cida Trajano, que no último dia 16/8 participou, ao lado de cerca de 50 dirigentes sindicais de países como Brasil, Paraguai, Colômbia, Argentina e Honduras, de um evento de conversação sindical regional denominado "Trabalho e negociação coletiva na cadeia produtiva do vestuário".

O evento, realizado contou com organização da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas (CSA-TUCA), da Confederação Sindical Internacional (CSI) e de três centrais sindicais das Américas, sendo duas do Brasil (CUT e UGT) e uma de Honduras (CUTH).

 

Nova fase

Para a presidenta da CNTRV, os atores envolvidos nesta iniciativa devem começar a pensar em um novo projeto que dê conta de avançar nas negociações, buscando, por exemplo, assinatura de cartas compromissos com o trabalho decente, ou outro instrumento do tipo que seja capaz de blindar as conquistas atuais de eventuais mudanças ou trocas de comando e gerências das empresas do setor.

“É importante esse momento de apresentação dos resultados deste trabalho de fortalecimento de alianças sindicais regionais e de preparação das lideranças para enfrentar os desafios da cadeia de produção do vestuário, mas agora precisamos de um salto de qualidade visando mudanças estruturais na relação relações capital-trabalho do mundo da moda”, defendeu Cida Trajano.

A dirigente também destacou que essa nova fase do projeto de alianças sindicais regionais vai precisar transcender o debate, até agora muito focado nas questões do trabalho, para abordar temas como a tecnologia.

“Até agora ficamos concentrados nas questões do trabalho, mas precisamos avançar no debate sobre a tecnologia, algo que parece distante pro setor do vestuário porque ainda não impactou pra valer na máquina de costura. Mas a tecnologia está chegando com força a outros setores da cadeia de produção da moda”, explica Cida.

 

Organizar pela base

Os participantes da reunião apresentaram suas experiências junto a suas bases durante o processo de construção de alianças sindicais. Nesse aspecto, o relato dos dirigentes da CUTH, a central sindical de Honduras, foi essencial diante do tamanho do setor no país da América Central.

“Os desafios são cada vez maiores no enfrentamento da organização das cadeias de valor e do sistema financeiro, e por isso temos de criar mecanismos vinculantes para que o que as conquistas no topo das cadeias possam chegar até as bases dessas mesmas cadeias. Construir alianças sindicais é uma urgência para todos e alianças com a central de Honduras é fundamental”, afirmou Antônio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT e vice-presidente da Confederação Sindical Internacional.

De acordo com Paula Proença, presidenta do Sindicato do Vestuário de Sorocaba e Região, que também participou da reunião, o projeto de alianças sindicais resultou em um material que está sendo distribuído nas bases destacando a importância dos sindicatos.

“[O projeto] Foi uma contribuição importante para que a gente conseguisse avançar nas mesas de negociação em cláusulas importantes, como as relacionadas a assédio moral, combate ao racismo e à discriminação, e garantia de direitos a trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIAPN+”, disse a dirigente.

Já para Benedita Donizeti Soares, diretora do Sindicato do Vestuário de Pouso Alegre (MG), o projeto promoveu a possibilidade de aproximação entre dirigentes e suas bases, além de garantir credibilidade e respeito perante o setor patronal.

“Agora, não somos apenas um sindicato, mas todo um ramo unido atuando em prol dos trabalhadores e trabalhadoras. A ação unificada mostra a importância de uma cadeia global”, resumiu Benedita durante sua intervenção no encontro.

Título: CNTRV-CUT defende nova etapa para projeto de unidade sindical em cadeias globais da moda, Conteúdo: O projeto iniciado em 2017 que prevê a construção de alianças sindicais regionais do setor têxtil/vestuário no âmbito das Américas vem cumprindo desde o início suas metas, chega aos dias atuais com importantes conquistas, mas necessita a partir de agora de um salto de qualidade para avançar rumo à consolidação de mudanças estruturais na regulação das relações capital-trabalho do mundo da moda. A defesa dessa tese é da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), Cida Trajano, que no último dia 16/8 participou, ao lado de cerca de 50 dirigentes sindicais de países como Brasil, Paraguai, Colômbia, Argentina e Honduras, de um evento de conversação sindical regional denominado Trabalho e negociação coletiva na cadeia produtiva do vestuário. O evento, realizado contou com organização da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas (CSA-TUCA), da Confederação Sindical Internacional (CSI) e de três centrais sindicais das Américas, sendo duas do Brasil (CUT e UGT) e uma de Honduras (CUTH).   Nova fase Para a presidenta da CNTRV, os atores envolvidos nesta iniciativa devem começar a pensar em um novo projeto que dê conta de avançar nas negociações, buscando, por exemplo, assinatura de cartas compromissos com o trabalho decente, ou outro instrumento do tipo que seja capaz de blindar as conquistas atuais de eventuais mudanças ou trocas de comando e gerências das empresas do setor. “É importante esse momento de apresentação dos resultados deste trabalho de fortalecimento de alianças sindicais regionais e de preparação das lideranças para enfrentar os desafios da cadeia de produção do vestuário, mas agora precisamos de um salto de qualidade visando mudanças estruturais na relação relações capital-trabalho do mundo da moda”, defendeu Cida Trajano. A dirigente também destacou que essa nova fase do projeto de alianças sindicais regionais vai precisar transcender o debate, até agora muito focado nas questões do trabalho, para abordar temas como a tecnologia. “Até agora ficamos concentrados nas questões do trabalho, mas precisamos avançar no debate sobre a tecnologia, algo que parece distante pro setor do vestuário porque ainda não impactou pra valer na máquina de costura. Mas a tecnologia está chegando com força a outros setores da cadeia de produção da moda”, explica Cida.   Organizar pela base Os participantes da reunião apresentaram suas experiências junto a suas bases durante o processo de construção de alianças sindicais. Nesse aspecto, o relato dos dirigentes da CUTH, a central sindical de Honduras, foi essencial diante do tamanho do setor no país da América Central. “Os desafios são cada vez maiores no enfrentamento da organização das cadeias de valor e do sistema financeiro, e por isso temos de criar mecanismos vinculantes para que o que as conquistas no topo das cadeias possam chegar até as bases dessas mesmas cadeias. Construir alianças sindicais é uma urgência para todos e alianças com a central de Honduras é fundamental”, afirmou Antônio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT e vice-presidente da Confederação Sindical Internacional. De acordo com Paula Proença, presidenta do Sindicato do Vestuário de Sorocaba e Região, que também participou da reunião, o projeto de alianças sindicais resultou em um material que está sendo distribuído nas bases destacando a importância dos sindicatos. “[O projeto] Foi uma contribuição importante para que a gente conseguisse avançar nas mesas de negociação em cláusulas importantes, como as relacionadas a assédio moral, combate ao racismo e à discriminação, e garantia de direitos a trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIAPN+”, disse a dirigente. Já para Benedita Donizeti Soares, diretora do Sindicato do Vestuário de Pouso Alegre (MG), o projeto promoveu a possibilidade de aproximação entre dirigentes e suas bases, além de garantir credibilidade e respeito perante o setor patronal. “Agora, não somos apenas um sindicato, mas todo um ramo unido atuando em prol dos trabalhadores e trabalhadoras. A ação unificada mostra a importância de uma cadeia global”, resumiu Benedita durante sua intervenção no encontro.



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