Após luta histórica por empregos, Sindical-Ipirá celebra início das atividades de nova fábrica de calçados

Com cerca de 300 trabalhadores, Lia Line já opera nas instalações da antiga Paquetá. Estimativa é de 1.200 vagas

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 19/06/2024 - 11:27 • Última modificação: 19/06/2024 - 11:34 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 19/06/2024 - 11:27 Última modificação: 19/06/2024 - 11:34

Divulgação Arlete Silva, presidenta do Sindical Ipirá, em reunião de assinutara do Termo de Compromisso

A população da cidade baiana de Ipirá, que sofreu com o fechamento da fábrica da Paquetá Calçados no fim do ano passado, recebeu no final do mês passado a confirmação de que uma nova empresa do ramo calçadista iniciaria suas atividades na planta industrial que era utilizada pelo grupo empresarial gaúcho. O anúncio da criação de cerca de 1.200 empregos, entre diretos e indiretos, foi feito por Arlete Silva, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Couros de Ipirá (Sindical). 

A dirigente participou no dia 23 de maio da cerimônia de assinatura do protocolo de intenções que viabilizou a instalação da Lia Line na planta industrial da Paquetá Calçados, que fechou a unidade após 20 anos operando em Ipirá. A sindicalista foi a responsável por uma grande articulação política junto ao governo da Bahia com foco na recuperação dos empregos do setor calçadista na cidade. 

Para o Sindical-Ipirá, entidade filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), o início das operações da Lia Line é mais um capítulo na luta pela recuperação dos empregos perdidos com o fechamento da Paquetá Calçados.

“Desde que a crise na Paquetá começou, por volta de 2019, lutamos muito para proteger os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, mas quando percebemos que o destino se encaminhava para o fechamento da fábrica, também batalhamos por uma solução política e pedimos apoio do governo do estado”, disse Arlete Silva. 

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), em Salvador,na pessoa do secretário Ângelo Almeida, foi o órgão intermediador para a cessão das instalações à Lia Line. 

“Celebramos este protocolo com muita felicidade, pois ele representa a chegada de outra empresa calçadista em Ipirá, o que vai proporcionar emprego e renda neste município, que tem profissionais experientes no segmento”, afirmou o secretário Angelo Almeida, titular da SDE.

 

10ª unidade na Bahia

O protocolo de intenções entre o governo do estado e a Lia Line prevê um investimento inicial de R$ 20 milhões, com perspectiva de geração de 1 mil empregos diretos e 200 indiretos, com início das operações previsto para julho deste ano. A unidade terá capacidade de produção de até 2 milhões de pares/ano.

A unidade de Ipirá será a 10ª instalada na Bahia pelo grupo catarinense, que chegou ao estado há 11 anos. Atualmente, a empresa emprega mais de 3 mil funcionários em nove unidades industriais, fabricando calçados femininos e infantis.

Na Bahia, a Lia Line está presente nos municípios de Itapetinga, Firmino Alves, Itororó, Ibicuí, Valente, Conceição do Coité e Camacan. A partir de julho, Ipirá entra nessa lista.

“A nova fábrica fortalece a nossa posição no mercado nacional e Ipirá, por ser uma planta grande, nos possibilita uma expansão com mais força. Iremos produzir calçados femininos e a pretensão é que 30% sejam exportados e o restante seja distribuído nacionalmente”, afirmou Irivan Soares, diretor do Grupo Lia Line, que assinou o protocolo.

 

 A crise na Paquetá

A Paquetá é um grupo empresarial gaúcho com sede na cidade de Sapiranga (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, e quase 80 anos de atuação no ramo de couro e calçados.

O grupo possuía, até o fechamento da sua unidade baiana, 11 indústrias, localizadas no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Ceará, e chegou a empregar cerca de 7,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 1.250 postos de trabalho na planta de Ipirá.

As duas principais marcas do grupo são Capodarte e Ortopé. Além de seus calçados, a unidade de Ipirá também era responsável pela fabricação de calçados de renomadas marcas internacionais, como Adidas, Puma, Asics, entre outras.

Em junho de 2019, a Paquetá ingressou na Justiça com um processo de recuperação judicial (RJ) sob a justificativa de acumular, à época, uma dívida de R$ 638,5 milhões. A RJ é uma medida que serve para que uma empresa em dificuldade financeira possa tentar superar a crise.

Em junho de 2023, a Paquetá formalizou um lay-off que afastou temporariamente, até novembro daquele ano, cerca de 900 trabalhadores, mantendo seu funcionamento com apenas 180 funcionários. O lay-off é regulamentado em lei e prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da remuneração e da jornada.

Porém, logo em seguida ao fim do lay-off, no dia 14 de dezembro de 2023, a empresa anunciou o encerramento das atividades de sua unidade de Ipirá sob alegação de “dificuldades financeiras que comprometeram sua capacidade produtiva”.

Com o fechamento da Paquetá, o Sindical-Ipirá participou de forma decisiva das negociações de um acordo para que os demitidos conseguissem receber parte de suas verbas rescisórias.

O acordo celebrado entre a empresa e o Sindical-Ipirá prevê o pagamento, em 15 parcelas, de 85% dos valores devidos em rescisões pela empresa gaúcha. Segundo o Sindical-Ipirá, cerca de 950 trabalhadores e trabalhadoras da Paquetá aderiram ao acordo.

 

Título: Após luta histórica por empregos, Sindical-Ipirá celebra início das atividades de nova fábrica de calçados, Conteúdo: A população da cidade baiana de Ipirá, que sofreu com o fechamento da fábrica da Paquetá Calçados no fim do ano passado, recebeu no final do mês passado a confirmação de que uma nova empresa do ramo calçadista iniciaria suas atividades na planta industrial que era utilizada pelo grupo empresarial gaúcho. O anúncio da criação de cerca de 1.200 empregos, entre diretos e indiretos, foi feito por Arlete Silva, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Couros de Ipirá (Sindical).  A dirigente participou no dia 23 de maio da cerimônia de assinatura do protocolo de intenções que viabilizou a instalação da Lia Line na planta industrial da Paquetá Calçados, que fechou a unidade após 20 anos operando em Ipirá. A sindicalista foi a responsável por uma grande articulação política junto ao governo da Bahia com foco na recuperação dos empregos do setor calçadista na cidade.  Para o Sindical-Ipirá, entidade filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), o início das operações da Lia Line é mais um capítulo na luta pela recuperação dos empregos perdidos com o fechamento da Paquetá Calçados. “Desde que a crise na Paquetá começou, por volta de 2019, lutamos muito para proteger os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, mas quando percebemos que o destino se encaminhava para o fechamento da fábrica, também batalhamos por uma solução política e pedimos apoio do governo do estado”, disse Arlete Silva.  A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), em Salvador,na pessoa do secretário Ângelo Almeida, foi o órgão intermediador para a cessão das instalações à Lia Line.  “Celebramos este protocolo com muita felicidade, pois ele representa a chegada de outra empresa calçadista em Ipirá, o que vai proporcionar emprego e renda neste município, que tem profissionais experientes no segmento”, afirmou o secretário Angelo Almeida, titular da SDE.   10ª unidade na Bahia O protocolo de intenções entre o governo do estado e a Lia Line prevê um investimento inicial de R$ 20 milhões, com perspectiva de geração de 1 mil empregos diretos e 200 indiretos, com início das operações previsto para julho deste ano. A unidade terá capacidade de produção de até 2 milhões de pares/ano. A unidade de Ipirá será a 10ª instalada na Bahia pelo grupo catarinense, que chegou ao estado há 11 anos. Atualmente, a empresa emprega mais de 3 mil funcionários em nove unidades industriais, fabricando calçados femininos e infantis. Na Bahia, a Lia Line está presente nos municípios de Itapetinga, Firmino Alves, Itororó, Ibicuí, Valente, Conceição do Coité e Camacan. A partir de julho, Ipirá entra nessa lista. “A nova fábrica fortalece a nossa posição no mercado nacional e Ipirá, por ser uma planta grande, nos possibilita uma expansão com mais força. Iremos produzir calçados femininos e a pretensão é que 30% sejam exportados e o restante seja distribuído nacionalmente”, afirmou Irivan Soares, diretor do Grupo Lia Line, que assinou o protocolo.    A crise na Paquetá A Paquetá é um grupo empresarial gaúcho com sede na cidade de Sapiranga (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, e quase 80 anos de atuação no ramo de couro e calçados. O grupo possuía, até o fechamento da sua unidade baiana, 11 indústrias, localizadas no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Ceará, e chegou a empregar cerca de 7,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 1.250 postos de trabalho na planta de Ipirá. As duas principais marcas do grupo são Capodarte e Ortopé. Além de seus calçados, a unidade de Ipirá também era responsável pela fabricação de calçados de renomadas marcas internacionais, como Adidas, Puma, Asics, entre outras. Em junho de 2019, a Paquetá ingressou na Justiça com um processo de recuperação judicial (RJ) sob a justificativa de acumular, à época, uma dívida de R$ 638,5 milhões. A RJ é uma medida que serve para que uma empresa em dificuldade financeira possa tentar superar a crise. Em junho de 2023, a Paquetá formalizou um lay-off que afastou temporariamente, até novembro daquele ano, cerca de 900 trabalhadores, mantendo seu funcionamento com apenas 180 funcionários. O lay-off é regulamentado em lei e prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da remuneração e da jornada. Porém, logo em seguida ao fim do lay-off, no dia 14 de dezembro de 2023, a empresa anunciou o encerramento das atividades de sua unidade de Ipirá sob alegação de “dificuldades financeiras que comprometeram sua capacidade produtiva”. Com o fechamento da Paquetá, o Sindical-Ipirá participou de forma decisiva das negociações de um acordo para que os demitidos conseguissem receber parte de suas verbas rescisórias. O acordo celebrado entre a empresa e o Sindical-Ipirá prevê o pagamento, em 15 parcelas, de 85% dos valores devidos em rescisões pela empresa gaúcha. Segundo o Sindical-Ipirá, cerca de 950 trabalhadores e trabalhadoras da Paquetá aderiram ao acordo.  



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