Alckmin prioriza violência em detrimento da Educação

No dia 29 voltaremos às ruas para protestar contra a reestruturação das escolas, jeito tucano de se referir ao fechamento de salas de aula

Escrito por: Douglas Izzo e Vagner Freitas, presidentes da CUT-SP e Nacional • Publicado em: 23/10/2015 - 12:56 Escrito por: Douglas Izzo e Vagner Freitas, presidentes da CUT-SP e Nacional Publicado em: 23/10/2015 - 12:56

Foto: Dino Santos

 
Um grupo de homens vestidos de preto chamava a atenção na mais recente manifestação que os movimentos sindical e sociais realizaram em São Paulo, no último dia 3, em defesa da democracia, da Petrobrás e contra o ajuste fiscal.
 
O ato foi acompanhado de perto pelo Comando de Ações Especiais (CAE) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, grupo treinado, vejam só, para fazer o resgate em situações extremas em matas, rios e mares, e para combater o narcotráfico. Como na Avenida Paulista não tem matas, rios nem mares, e como os movimentos não traficam drogas, concluímos que a estranha presença, associada à tradicional fileira de homens da PM, só tem uma explicação: tentativa de intimidar os movimentos de esquerda que lutam por direitos, como mais e melhores escolas e água nas torneiras, em defesa da democracia e por uma segurança pública que proteja os cidadãos e as cidadãs.
 
A intimidação e a violência da polícia de Alckmin não se restringem aos movimentos de esquerda, atingem com toda a força a periferia, os negros e os mais pobres. A PM ultrapassa frequentemente a tênue linha que divide grupos de policiais e bandidos, como foi comprovado pela própria Corregedoria da PM durante investigação da trágica e cruel chacina de Osasco, em agosto deste ano. Os investigadores concluíram que 19 pessoas foram assassinadas por Policiais Militares de Osasco, Barueri e Itapevi, na região metropolitana de São Paulo, em uma série de ataques.
 
Em espaços como o do Fórum do Funcionalismo do Estado de São Paulo, que reúne sindicatos da CUT, são comuns os relatos de servidores de todas as áreas, em especial da saúde e da educação, sobre esse tratamento diferenciado da PM de Alckmin aos trabalhadores e às trabalhadoras que vão às ruas lutar por direitos. São sempre recebidos com jatos de gás lacrimogênio e spray de pimenta, enquanto a elite branca que vai protestar contra a presidenta Dilma e o PT são recebidos com sorrisos e gentilezas que estimulam até as famosas selfies com os policiais que tomam conta das redes sociais. 
 
Os professores são uma das maiores vítimas da truculência da PM de Alckmin e do descaso do governador com a Educação. Os salários são defasados, as condições de trabalho são precárias e decisões administrativas, como a chamada ‘reorganização escolar’, são tomadas sem negociações com a comunidade escolar, com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e demais entidades, além de movimentos sociais, indicam que o futuro pode ser muito pior.
Como lembra a Apeoesp, a ex-secretária Rose Neubaeur apresentou a mesma proposta em 1995. Não contribuiu em nada para melhorar a Educação no Estado. Muito pelo contrário, como mostram os resultados: 20 mil professores foram demitidos, outros docentes ficaram sem aulas em suas escolas, muita desorganização e transtornos tomaram conta das famílias dos estudantes, que convivem até hoje com inúmeros prejuízos à educação pública estadual.
 
O chamado choque de gestão tucano continua atacando a rede pública de ensino de São Paulo, com ou sem propostas como essa de ‘reorganização’, pleonasmo para evitar o termo correto que é ‘ fechamento de escolas’. 

Segundo levantamento da Apeoesp, desde o início do ano já foram eliminadas 3.390 salas de aulas. A reorganização das escolas deve afetar cerca de um milhão de estudantes e levar ao fechamento de pelo menos mais 163 escolas. É isso que está levando às ruas de SP alunos, pais e professores preocupados com a qualidade do ensino.
Na próxima quinta-feira, 29, às 15h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, pais, alunos e professores voltam a protestar contra a reestruturação. Uma assembleia de professores vai discutir estratégias para tentar barrar as mudanças pretendidas pela secretaria estadual da Educação.
 
Queremos contribuir para que a sociedade se conscientize de que quem investe em Educação não precisa construir tantos presídios. Isso porque, se as crianças e adolescentes forem bem educados e qualificados para o mundo do trabalho e para a vida, teremos menos necessidade de gastar para tentar inibir a violência.
É uma política contrária a do governador de São Paulo que, ao invés de investir em Educação, abrindo mais salas de aulas, inaugurando novas escolas e valorizando os professores, opta por investir em prisões, na repressão às reivindicações e na PM nas ruas para agredir manifestantes de esquerda. Nos últimos três anos, o governo de São Paulo inaugurou 14 penitenciárias. No site da secretaria de Educação não conseguimos encontrar nenhuma inauguração de escolas. 
Título: Alckmin prioriza violência em detrimento da Educação, Conteúdo: Foto: Dino Santos   Um grupo de homens vestidos de preto chamava a atenção na mais recente manifestação que os movimentos sindical e sociais realizaram em São Paulo, no último dia 3, em defesa da democracia, da Petrobrás e contra o ajuste fiscal.   O ato foi acompanhado de perto pelo Comando de Ações Especiais (CAE) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, grupo treinado, vejam só, para fazer o resgate em situações extremas em matas, rios e mares, e para combater o narcotráfico. Como na Avenida Paulista não tem matas, rios nem mares, e como os movimentos não traficam drogas, concluímos que a estranha presença, associada à tradicional fileira de homens da PM, só tem uma explicação: tentativa de intimidar os movimentos de esquerda que lutam por direitos, como mais e melhores escolas e água nas torneiras, em defesa da democracia e por uma segurança pública que proteja os cidadãos e as cidadãs.   A intimidação e a violência da polícia de Alckmin não se restringem aos movimentos de esquerda, atingem com toda a força a periferia, os negros e os mais pobres. A PM ultrapassa frequentemente a tênue linha que divide grupos de policiais e bandidos, como foi comprovado pela própria Corregedoria da PM durante investigação da trágica e cruel chacina de Osasco, em agosto deste ano. Os investigadores concluíram que 19 pessoas foram assassinadas por Policiais Militares de Osasco, Barueri e Itapevi, na região metropolitana de São Paulo, em uma série de ataques.   Em espaços como o do Fórum do Funcionalismo do Estado de São Paulo, que reúne sindicatos da CUT, são comuns os relatos de servidores de todas as áreas, em especial da saúde e da educação, sobre esse tratamento diferenciado da PM de Alckmin aos trabalhadores e às trabalhadoras que vão às ruas lutar por direitos. São sempre recebidos com jatos de gás lacrimogênio e spray de pimenta, enquanto a elite branca que vai protestar contra a presidenta Dilma e o PT são recebidos com sorrisos e gentilezas que estimulam até as famosas selfies com os policiais que tomam conta das redes sociais.    Os professores são uma das maiores vítimas da truculência da PM de Alckmin e do descaso do governador com a Educação. Os salários são defasados, as condições de trabalho são precárias e decisões administrativas, como a chamada ‘reorganização escolar’, são tomadas sem negociações com a comunidade escolar, com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e demais entidades, além de movimentos sociais, indicam que o futuro pode ser muito pior. Como lembra a Apeoesp, a ex-secretária Rose Neubaeur apresentou a mesma proposta em 1995. Não contribuiu em nada para melhorar a Educação no Estado. Muito pelo contrário, como mostram os resultados: 20 mil professores foram demitidos, outros docentes ficaram sem aulas em suas escolas, muita desorganização e transtornos tomaram conta das famílias dos estudantes, que convivem até hoje com inúmeros prejuízos à educação pública estadual.   O chamado choque de gestão tucano continua atacando a rede pública de ensino de São Paulo, com ou sem propostas como essa de ‘reorganização’, pleonasmo para evitar o termo correto que é ‘ fechamento de escolas’.  Segundo levantamento da Apeoesp, desde o início do ano já foram eliminadas 3.390 salas de aulas. A reorganização das escolas deve afetar cerca de um milhão de estudantes e levar ao fechamento de pelo menos mais 163 escolas. É isso que está levando às ruas de SP alunos, pais e professores preocupados com a qualidade do ensino. Na próxima quinta-feira, 29, às 15h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, pais, alunos e professores voltam a protestar contra a reestruturação. Uma assembleia de professores vai discutir estratégias para tentar barrar as mudanças pretendidas pela secretaria estadual da Educação.   Queremos contribuir para que a sociedade se conscientize de que quem investe em Educação não precisa construir tantos presídios. Isso porque, se as crianças e adolescentes forem bem educados e qualificados para o mundo do trabalho e para a vida, teremos menos necessidade de gastar para tentar inibir a violência. É uma política contrária a do governador de São Paulo que, ao invés de investir em Educação, abrindo mais salas de aulas, inaugurando novas escolas e valorizando os professores, opta por investir em prisões, na repressão às reivindicações e na PM nas ruas para agredir manifestantes de esquerda. Nos últimos três anos, o governo de São Paulo inaugurou 14 penitenciárias. No site da secretaria de Educação não conseguimos encontrar nenhuma inauguração de escolas. 



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