Soldados da Polícia Militar invadiram ontem (11) à noite a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Diadema, na Grande São Paulo, onde ocorria um ato de desagravo às recentes ações da Polícia Federal e do Ministério Público paulista contra o ex-presidente Lula e o governo Dilma e em defesa da democracia. O encontro reunia políticos – entre eles o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e o deputado estadual Teonílio Barbosa, o ex-prefeito daquela cidade e ex-secretário de Saúde da capital, José de Filippi, militantes do partido, sindicalistas e movimentos sociais .
De acordo com o deputado estadual e presidente do PT de Santo André, Luiz Turco, a plenária corria normalmente quando os participantes foram surpreendidos com a chegada da PM. "Fomos surpreendidos com a chegada da polícia militar, que entrou no prédio do sindicato, sem justificativa, de forma ostensiva, criando um clima de tensão muito grande entre os companheiros presentes", relatou o deputado Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, em seu perfil no Facebook.
"Dois PMs, um tenente e um soldado invadiram a plenária, argumentando que queriam saber o que estava acontecendo no local. Logo após chegaram muitas viaturas fechando a rua em frente ao prédio do sindicato. Os soldados estavam armados com metralhadoras e revólveres. Parecia uma praça de guerra do lado de fora", contou o também deputado estadual pelo PT Luiz Turco.
Ainda de acordo com informações divulgadas pelas redes sociais, a própria militância impediu a entrada dos policiais. Questionados sobre as razões da operação, afirmaram que "souberam que estava ocorrendo uma reunião de apoio a Lula e foram até o local averiguar."
O sindicato permaneceu cercado e os policiais foram embora depois de anotar números de documentos dos participantes da reunião. Após a PM se retirar, a plenária prosseguiu normalmente.
"Estamos vivendo uma séria ameaça ao Estado de Direito que nos preocupa profundamente. Nossa vida partidária sempre foi pautada em decisões democráticas e transparente, portanto, não precisamos de vigilância. E não vamos nos intimidar, isso porque, nós trabalhadores já estamos acostumados a lutar pelos nossos direitos", declarou Barba.