A falta de salário obrigou cerca de 300 funcionários do setor de produção das duas unidades da Bical - uma das mais tradicionais indústrias do setor calçadista de Birigui - a paralisarem as atividades.
Os calçadistas se recusam a trabalhar desde a última quinta-feira (16) em protesto pelo atraso do pagamento dos salários referente ao mês de julho, que deveriam ter sido pagos no quinto dia útil deste mês, conforme uma das funcionárias.
O piso para funcionários da área de produção varia entre R$ 705 e R$ 1.000, dependendo da função, segundo Orlando Dias, executivo do Sindicato dos Sapateiros de Birigui.
Na manhã de ontem (20), os calçadistas fizeram um 'panelaço' com direito a passeata por algumas ruas da cidade, como forma de protesto pelo o atraso dos salários. De acordo com o Departamento de Recursos Humanos da empresa, os diretores da Bical já estão estudando uma medida para solucionar o problema.
RESPOSTA
Em nota à reportagem de o liberal, o departamento financeiro da Bical confirmou que a greve dos funcionários se deve à falta de pagamento dos salários, referente ao mês de julho. O pagamento deveria ter sido efetuado no dia 6 de agosto último.
“Dependemos do crédito bancário (contrato/ cédula de crédito, já assinado) que havia sido prometido para o dia 15 de agosto e até agora não ocorreu. Logo, temos que aguardar a liberação do banco que promete o crédito diariamente”, esclarece a empresa.
Ainda conforme a nota, a Bical tentou, por meio de reuniões com o sindicato dos funcionários, algum acordo imediato para a retomada do trabalho, mas não houve sucesso nas negociações. A empresa afirmou na nota que, devido a paralisação, a fábrica deixou de produzir 6 mil pares de calçados por dia. “Ressaltamos que a empresa está buscando recursos financeiros por diversas formas (créditos no mercado financeiro, oferecendo garantias / imóveis) para rápida regularização / normalização da fabrica”.
Ao longo desta segunda-feira (20), representantes da empresa se reuniram com o Sindicato da classe para tentar um acordo. Com a paralisação, a indústria teria deixado de produzir aproximadamente 20 mil pares de calçados infantis.
A reportagem de O LIBERAL entrou em contato com o Sindicato dos Sapateiros. Segundo a presidente do órgão, Milena Rodrigues, durante toda a tarde de ontem o grupo esteve reunido, mas não houve um acordo.
Tanto que hoje os funcionários irão fazer um novo ato. Conforme a presidente do sindicato, a empresa não estaria fazendo o depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), dos funcionários há um ano e, alguns colaboradores que receberiam a parcela do PIS 2011 não teriam sido gratificados. A presidente também confirmou a informação que alguns funcionários não tiveram descontado o valor dos empréstimos consignados.
Fonte: O Liberal