Dirigentes sindicais dos ramos vestuário, metalúrgico, químico e construção civil do Brasil, México e Argentina, participam nesta semana do curso “Ações Frente às Multinacionais na América Latina”. “Nossa expectativa é trocar experiências de organização e prática sindical dos diversos países. Estes encontros são fundamentais para ampliar a nossa luta em nível internacional”, aponta Regina Lessa, Secretária de Mulheres da CNTRV. A Secretária de Comunicação da entidade, Márcia Viana, também participou da atividade que teve início no dia 15 de março e termina nesta quinta, dia 17. A cidade de Buenos Aires, na Argentina, sedia esta primeira etapa do programa formativo que terá duração de 3 módulos.
O curso faz parte do Ação Frente às Multinacionais na América Latina, gerido em parceria com a CUT, o Instituto Observatório Social, CNM/CUT, CNQ/CUT, Conticom/CUT e CNTRV/CUT, e apoiado pelo centro de formação DGB Bildungswerk (DGB BW), ligado à central sindical alemã DGB.
Troca de experiências
Durante o encontro, os participantes puderam conhecer as formas de organização sindical na Argentina. Os dirigentes locais expuseram acerca das dificuldades e avanços do movimento sindical no país nas últimas décadas e como essa trajetória dialoga com a necessidade do planejamento de ações conjuntas entre os países da América Latina, principalmente no que se refere às multinacionais.
Para Márcia Viana, “a demonstração de solidariedade e unidade entre os sinditos durante o curso demonstra que a CNTRV está no caminho certo. A construção de redes sindicais internacionais possibilita articular a nossa ação sindical e assim enfrentar o capitalismo mundial”.
Uma das principais tarefas inerentes ao primeiro módulo do curso, será o desenvolvimento de um plano de trabalho que deverá ser aplicado nos respectivos sindicatos de base. Os demais módulos estão previstos para ocorrer em junho e setembro de 2016.
Apoio à Lula e à democracia brasileira
Os participantes do curso aproveitaram a oportunidade para aprofundar o conhecimento sobre a conjuntura política brasileira e lançaram apoio à Lula e à democracia do país. “Há uma preocupação em toda a América Latina sobre a forma com que o judiciário brasileiro está sendo influenciado politicamente contra as lideranças de esquerda”.
Crise na Argentina
O ex-ministro do Trabalho, Emprego e Segurança Social da Argentina, Carlos Tomada, foi um dos palestrantes do curso e avaliou que “o problema não são a multinacionais e sim os governos que lhes dão poder. Para Tomada, a Argentina vive um momento de retrocesso em que o atual governo empodera empresas estrangeiras em detrimento da economia nacional e do direito de milhões de trabalhadores.