Nós, brasileiros, choramos por Mandela não só porque temos sangue africano correndo nas veias, mas pelo exemplo deixado por este grande líder que faz parte do panteão da humanidade.
Com esta mensagem, a presidenta Dilma Rousseff discursou, hoje, na cerimônia oficial em memória de Nelson Mandela e prestou homenagem ao líder sul-africano em nome dos brasileiros.
A Presidenta Dilma Rousseff foi uma dos seis chefes de Estado escolhidos para discursarem na cerimônia, os outros são Barack Obama (EUA), Raúl Castro (Cuba), Pranab Mukherjee (Índia), o vice Li Yuanchao (China) e Hifikepunye Pohamba (Namíbia).
Essa escolha deve-se não só pelo fato do Brasil ser uma das maiores populações negras fora do continente africano., mas sobretudo pela evidência do papel que o nosso País desempenha hoje, tanto entre os Brics, quanto em toda a comunidade das nações e o reconhecimento à postura histórica da diplomacia brasileira em favor da descolonização e do fim da discriminação no continente africano que ganhou impulso a partir do Governo Lula, que elevou ao primeiro plano o nosso relacionamento com a África, sob o descaso de inúmeros governantes que achavam isso uma tolice.
A tribuna do tributo a Mandela reunirá América Latina e Ásia à África. Os gestos, na diplomacia, muito além de gentilezas, têm significado político.
A presidenta Dilma exaltou a "superioridade moral e ética" de Mandela, símbolo máximo da luta contra o apartheid, o regime de segregação racial. O ex-presidente morreu na quinta-feira (5). Mandela conquistou o respeito de adversários e críticos devido aos esforços em busca da paz. Ele foi o primeiro presidente negro da África do Sul, de 1994 a 1999, e recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1993.
“Ele soube fazer da busca da verdade e do perdão os pilares da reconciliação nacional e da construção da nova África do Sul. Devemos reverenciar esta manifestação suprema de grandeza e de humanismo representada por Nelson Mandela. Sua luta transcendeu suas fronteiras nacionais e inspirou homens, mulheres, jovens e adultos a lutarem por sua independência e pela justiça social. Ele deixou lições não só para seu querido continente africano para todos aqueles que buscam paz, justiça e liberdade no mundo.”
A presidenta ainda levou os pesares de toda à América do Sul ao continente africano. “Trago o pesar de toda a América do Sul. Esta personalidade que conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea, o fim do apartheid na África do Sul.”