Seminário na região sudeste debateu direitos humanos e igualdade de gênero

06/05/2019 - 17:36

Ação integra projeto que busca fortalecer a atuação das mulheres nas negociações coletivas feitas pelos sindicatos

                “Sem a atuação das mulheres no processo de negociação coletiva, não haverá igualdade de gênero nos locais de trabalho”. A afirmação é de Cida Trajano durante o 2.º Seminário Regional do Projeto "Promover os Direitos Humanos e Fortalecer a Ação Sindical e a Igualdade de Gênero no Ramo Vestuário da CUT”, desenvolvido pela CNTRV, em parceria com o Solidarity Center da AFL-CIO e com apoio do Instituo C&A e Instituto Observatório Social.

Cida Trajano, presidenta da CNTRV, fala sobre a importância da participação das mulheres nos espaços de poder das entidades sindicaisCida Trajano, presidenta da CNTRV, fala sobre a importância da participação das mulheres nos espaços de poder das entidades sindicais

                A atividade foi realizada de 22 a 26 de abril, em Praia Grande, litoral de São Paulo, e reuniu mulheres e homens, dirigentes de diversos sindicatos filiados dos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. Acompanhe o projeto AQUI.

                Ao lado de Jana Silverman (representante do Solidarity Center da AFL-CIO) e Mariana Teixeira (do Instituo C&A), a presidenta do Sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras do vestuário da região de Colatina/ES, Teany Moreira, que também é dirigente da CNTRV,  deu abertura ao Seminário que promoveu assuntos como  violência de gênero na vida, no trabalho e nos sindicatos e fortalecimento da sindicalização e participação das mulheres nas atividades sindicais. “Os sindicatos, em sua maioria, não estão preparados para acolher e cultivar as lideranças femininas”, frisou a sindicalista.

Da esquerda para a direita: Mariana, Teany e JanaDa esquerda para a direita: Mariana, Teany e Jana

 

Público misto

                O formato dos seminários regionais possibilita que homens também participem de debates específicos. “Uma das estratégias do projeto é garantir a participação de sindicalistas homens em alguns debates como forma de sensibilizá-los para o fortalecimento da atuação das mulheres nos espaços sindicais onde as decisões são tomadas”, explicou Jana Silverman.  

                Para Camila Ikuta, do DIEESE, “falar de participação das mulheres nas negociações coletivas não é simplesmente garantir assento na mesa de negociação. Estamos falando de empoderá-las nas tomadas de decisão. Este é um debate que precisa ser feito com os homens que, em sua maioria, dominam os espaços de poder nos sindicatos”, afirma a economista que desenvolveu o tema “Negociação Coletiva e Gênero”.

                Miro Jacintho, que foi eleito Secretário de Formação Sindical da CNTRV em abril desse ano, participou do evento e aprovou o método. “É imprescindível que homens também participem de debates sobre a igualdade de gênero pois isso sensibiliza toda a direção sindical e fortalece a pauta sobre igualdade de gênero nas negociações coletivas. Eu mesmo, após o Seminário, levei o debate para minha direção que decidiu realizar as rodas de conversa de forma autônoma, mesmo o sindicato não estando oficialmente integrado ao Projeto. Na base do sindicato em que atuo (Calçadistas de Jaú), metade dos postos de trabalho são ocupados por mulheres, sendo que mais de 70% têm entre 18 e 39 anos”, conta o dirigente.

 

Rodas de conversa

                Para além dos seminários regionais, o Projeto prevê a realização de rodas de conversa nas bases dos sindicatos participantes. Em abril, também foi realizado o Seminário Nacional do Projeto. Saiba mais AQUI.

 

Leia AQUI sobre o Encontro Regional Sul

Confira o álgum de fotos do Encontro Regional Sudeste AQUI