O ato unificado do Dia Internacional de Luta das Mulheres ocorrido nesta terça (8) em São Paulo levou às ruas inúmeras bandeiras pela legalização do aborto, o fim da violência e o não à reforma da previdência. Mas, como não poderia ser diferente, reforçou com maestria a defesa por democracia e contra o golpe que setores conservadores parecem orquestrar.
Ao longo de todo o ato, que começou na Avenida Paulista, as participantes realizaram intervenções, entoaram gritos de ordem e celebraram muitas conquistas. Mas lembraram, a todo momento, que muita luta ainda precisa ser feita para garantir direitos.
Lembraram as recentes tentativas do Congresso Nacional de tramitar projetos que limitam a autonomia das mulheres, como o PL 5069/13, que dificulta o acesso ao aborto mesmo quando a mulher é estuprada e em outros casos já previstos em lei, o Estatuto do Nascituro (bolsa-estupro), que tipifica o aborto em qualquer situação como crime hediondo, e o Estatuto da Família, que define como família apenas as que são formadas pela união entre homem e mulher, desconsiderando as uniões homoafetivas. Com isso, pediram a saída imediata do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), um dos representantes desse momento de ameaças de retrocessos.
As recentes ameças de golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff e a condução das investigações da Operação Lava Jato, que tenta criminalizar o ex-presidente Lula, fizeram o ato também ser em defesa da democracia. Diferentes movimentos carregavam bandeiras pedindo respeito ao resultado da última eleição e questionavam a imparcialidade das investigações.
A presidenta da CNTV, Cida Trajano, e o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Coureira e Vestuarista, José Carlos Guedes, participaram do ato junto a vários dirigentes do ramo vestuário da CUT de todo o Estado de São Paulo.