A CUT, demais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo mobilizam toda a classe trabalhadora nesta quarta-feira (24), para o Lockdown Nacional – dia de luta em defesa da vida, da vacina, do emprego e do auxílio emergencial de R$ 600 reais para desempregados e informais. Confira no final do texto onde já tem ato marcado e o que as principais categorias profissionais vão fazer em suas bases.
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, no dia 24 é preciso pensar porque mais de duas mil pessoas estão morrendo por dia vitimas da Covid-19 e o Governo Federal ainda não criou sequer um comando nacional de combate à doença, não tem vacina em número suficiente para imunizar toda a população e, depois de três meses, Jair Bolsonaro prometeu apenas para o mês que vem um novo auxílio emergencial em valor menor, para menos pessoas, que não garante a sobrevivência da população durante o isolamento e a pandemia, pontua.
Essa data tem que servir para orientar e chamar a população a refletir porque essa tragédia está acontecendo no Brasil.
- Sérgio Nobre
“O povo tem de saber que a falta de governo e a inexistência de planejamento central são responsáveis por essa crise sanitária, social e econômica que vivemos", completa o dirigente.
A falta das políticas sanitárias e econômicas obriga a classe trabalhadora a ir para as ruas em busca de dinheiro para sobreviver e, com isso, se aglomerar nos locais de trabalho, no transporte coletivo, nas estações de trem e metrô e nos terminais e pontos de ônibus, ficando expostas à contaminação e morte.
Enquanto isso, o presidente da República, que tem a obrigação de conduzir o país protegendo a população, a economia, o emprego e a renda, garantindo a sobrevivência, preservando a vida dos cidadãos e cidadãs, permanece inerte tanto no comando da economia quanto no enfrentamento à pandemia, além de sabotar medidas decretadas pelos governadores para reduzir as taxas de contaminação e de mortes.
Dia 24 é dia de ficar em casa protestando
Para a CUT e organizadores do dia de mobilização, o Lockdown Nacional é necessário para alertar as autoridades de todos os Poderes do país e os empresários de que algo precisa ser feito urgentemente.
É dia de o trabalhador ficar em casa e não trabalhar, mesmo que esteja em home office, para deixar claro seu protesto contra a situação caótica em que o Brasil está, para cobrar do governo federal, deputados e senadores vacina já para todos e todas, auxílio emergencial decente, e políticas de proteção e geração de emprego e renda.
Representantes dos trabalhadores e dos movimentos sociais estão organizando atividades em diversas cidades do país, sempre respeitando o distanciamento social. Serão feitas panfletagens em praças públicas, terminais de ônibus, trens e metrô, carros de som com mensagens de alerta ao povo brasileiro; atos simbólicos; audiências públicas, além de carreatas mobilização nas redes sociais.
Confira onde tem atos marcados
Ceará
Fortaleza: Serão colados em locais públicos os lambe-lambes com os preços dos alimentos, da gasolina e do gás de cozinha, conforme card em anexo.
Distrito Federal
Brasília: haverá colagem de cartazes em locais de grande circulação; carros de som circulando durante o dia e ação solidária com entrega de cestas básicas à população carente.
Mato Grosso do Sul
Campo Grande e cidades do interior: sindicatos colocarão carros de som pelos bairros, fixação de outdoors e faixas em locais de grande circulação, além e mobilização pelas redes sociais, denunciando o genocídio do governo de Bolsonaro e realizando um “memorial virtual” com nomes de trabalhadores falecidos, vítimas da Covid-19.
Minas Gerais
Belo Horizonte: haverá colagem de “lambe-lambe” (cartazes adesivos de pequeno porte) por toda a cidade, com o mote “Bolsocaro”; carro de som nas periferias, com mensagens sobre o auxílio emergencial, a carestia e “Fora Bolsonaro”; colocação de faixas “Vacina para todos” em praças e locais de grande circulação; e mobilização pelas redes sociais.
Rio Grande do Sul
Porto Alegre: colocação de faixas em passarelas e viadutos, a partir das 6h30 e ato simbólico em frente ao Palácio Piratini às 10h.
Sergipe
Aracaju: protesto em frente à Prefeitura Municipal (Rua Frei Luis Canelo de Noronha) para cobrar mais medidas de proteção contra a Covid-19. O protesto terá número restrito de manifestantes para respeitar o distanciamento social.
Categorias
Metalúrgicos
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) orientou seus sindicatos a usar da mobilização virtual com as pautas:
- Vacina para todos e todas gratuita, em defesa do SUS;
- Defesa da manutenção do auxílio emergencial;
- Denúncia do governo Bolsonaro como responsável pela estagnação da economia, pelas mortes e situação de calamidade que vive o setor da saúde.
Para além das redes sociais, sindicatos colocarão nas ruas e portas de fábricas em várias cidades, carros de som com mensagens de conscientização.
Bancários
Sindicatos de bancários filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) colocarão carros de som nas ruas, spots em rádios, cartazes, “outdoor” e “busdoor”, além e atos nas agências bancárias para diálogo com a sociedade e com os bancários;
Também promoverão uma campanha solidária para arrecadar mantimentos (alimentos e produtos de limpeza) e roupas que serão destinados às populações em condição de vulnerabilidade nos munícipios que compõem a base dos sindicatos;
Os bancários ainda farão mobilização nas mídias sociais (Facebook, Instagram, Twitter e outras) e panfletagens em praças, terminais de ônibus, de trem e de metrô, com o uso de carros de som.
Comércio e Serviços
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) orientou sindicatos filiados a promoverem panfletagens nas praças, terminais de ônibus, trem e metrô, com o uso de carros de som; atos simbólicos; audiências públicas e uso de redes sociais.
Transportes
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) orientou suas entidades filiadas a a fazerem paralisações de duas horas durante o dia. Em Alagoinha, na Bahia, que a categoria fará paralisação de 24 horas.
Os metroviários farão protestos nas estações de trem, sem aglomeração, e os agentes de trânsitos de São Paulo fiscalizarão de forma prioritária os locais de vacinação, para ajudar as pessoas que forem de carro a se vacinarem.
O Sindviários (Sindicato dos Agentes de Trânsito do Estado de São Paulo) informa que a ação envolverá os trabalhadores e trabalhadoras da CET-São Paulo, EMDEC-Campinas, CET-Santos, TRANSERP-Ribeirão Preto, URBES-Sorocaba, além de outras.
Edição: Marize Muniz