Teve início nesta quinta-feira, 20 de março o seminário nacional da confederação nacional dos Trabalhadores do Vestuário (CNTV-CUT), reunindo mais de 60 lideranças sindicais de todo o País no Recife (PE). Na programação, há temas relacionados às ações sindicais diante da atual conjuntura, como eleições 2014, estratégia de comunicação, estratégia do macrossetor da Indústria da CUT, e mulheres no mercado de trabalho e nos sindicatos. Também está prevista a realização de uma oficina com o secretário nacional de organização da CUT Jacy Afonso abordando os desafios do movimento sindical, e a discussão sobre o orçamento participativo da CUT, com o secretário nacional de finanças da central, Quintino Severo.
O debate sobre conjuntura, realizada com presidente da CUT Pernambuco Carlos Veras, os participantes trocaram avaliações sobre o papel do movimento sindical diante das eleições de outubro, possibilitando um rico debate coletivo sobre a necessidade de defender o projeto político democrático e popular, representado pelos governos Lula e Dilma, não permitindo retrocessos. Mas também a necessidade da Reforma Política, com financiamento público das campanhas e proibição das empresas financiarem candidaturas, e da urgência da democratização da comunicação, que hoje são atuam como partido de oposição.
“Avançamos bastante, mas não tanto quanto esperávamos, e não adianta eleger o governo federal se os trabalhadores não tiverem maioria no congresso nacional. Hoje empresários estão representados por mais de 60% dos parlamentares, como vamos conseguir aprovar nossas reformas assim?”, questionou Veras. Para ele, a reforma política dará condições de impulsionar outras reformas também urgentes, como a tributária, a agrária, a regulamentação dos meios de comunicação
Estratégia do macrossetor
Quatro dos cinco presidentes das entidades nacionais do ramo da indústria da CUT participaram do Seminário para apresentar as lideranças do vestuário a estratégia do macrossetor. A presidenta da CNTV, Cida Trajano, apresentou o histórico da estratégia cutista, retomando sua origem no final de 2011 até a recente reunião com o Ministro Mauro Borges, do MDIC, em Brasília. Em seguida a presidenta da CNQ-CUT, Lu Varjão; Paulo Cayres (CNM-CUT) e Cláudio Gomes, da Conticom falaram sobre os respectivos ramos e das ações conjuntas do Macrossetor. Destacaram o objetivo de interferir na Política Industrial do país; ter uma política de comunicação articulada, unificar as campanhas e implementar a organização no Local de Trabalho (OLT), entre outros.
O canal é do povo e comunicação é direito
A Secretaria de Imprensa da CNTV-CUT Marcia Viana conduziu os trabalhos da mesa sobre a estratégia de comunicação dos sindicatos e a necessidade dos sindicatos abraçarem a Campanha “Para expressas a liberdade”, uma luta dos movimentos sociais e sindicais que apresenta um projeto de lei de iniciativa popular para a democratização dos meios de comunicação, propondo um marco regulatório da comunicação.
O convidado para falar do assunto entre os presentes foi o companheiro Ivan Moraes, do Centro de Cultura Luiz Freire e da Fórum Nacional de Democratização da comunicação (FNDC), que para provocar o debate apresentou o vídeo “O Cordel da Regulamentação da Comunicação”.
O vídeo mostra que o Brasil precisa ser representado nos meios de comunicação com toda a sua riqueza, com toda a sua diversidade, com diferentes pontos de vista. E que os meios não podem ser propriedade de seis famílias que dizem o que temos que comer, o que temos que vestir e em quem temos que votar.
“Com certeza o ramo vestuário da CUT saíra deste Seminário mais forte e mais solidário”, comenta a presidenta Cida Trajano. Ela destaca a qualidade dos debates e o clima de união que permeou a atividade. “As intervenções das lideranças aqui presentes estavam em sintonia e todos mostraram disposição de luta para encarar os desafios que temos pela, entre eles o desafio maior de garantir a continuidade do nosso projeto de governo democrático e popular para buscarmos nossas reivindicações”, afirmou Trajano.