Milhares de pessoas que saíram às ruas em São Paulo para defender a democracia foram atacadas pela Polícia Militar (PM) na noite desta segunda-feira, 29, na Avenida Paulista.
A PM atirou bombas de gás lacrimogêneo por diversas vezes enquanto os manifestantes realizavam uma caminhada pacífica até o Masp, o que ocasionou em correria. Não houve nenhum tipo de provocação por parte dos participantes e, mesmo após os ataques, eles resistiram no local com gritos de ordem. Caminhões de choque chegaram para reforçar a repressão policial.
A ação da PM ocorreu durante o ato chamado pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo em apoio à presença no Senado da presidenta Dilma Rousseff, que fez um histórico discurso nesta segunda em defesa de seu mandato e da democracia, reafirmando não possuir nenhum crime de responsabilidade - o que torna o processo de impeachment um golpe parlamentar.
O presidente da CUT/SP, Douglas Izzo, condenou a atitude da corporação. "A polícia que ataca estudantes e trabalhadores é a mesma que defendeu os golpistas nesta avenida há alguns meses", afirmou. Outros dirigentes da entidade e dos sindicatos filiados estiveram presentes no local.
Em São Paulo, a manifestação reuniu militantes e lideranças de movimentos sociais e sindical que têm resistido às tentativas de retrocesso no País feitas pelo governo ilegítimo de Michel Temer e sua base aliada no Congresso Nacional.
No ato, com bandeiras, cartazes e canções com letras alusivas ao momento político, os participantes pediam o respeito ao resultado das urnas e afirmaram novamente que não irão aceitar mudanças nas conquistas sociais dos últimos anos.
O ato desta segunda se soma às inúmeras jornadas de mobilizações que ocorrem pelo Brasil e em diversas cidades do mundo em defesa da democracia. Além disso, importantes movimentos, como a CUT e sindicatos filiados, estão organizando outros atos como o Dia Nacional de Paralisação, previsto para o 22 de setembro.