Uma crise econômica começa a rondar a indústria capixaba. Na área têxtil, mais de cinco mil demissões foram realizadas em todo o Espírito Santo somente entre janeiro e julho deste ano, segundo fontes relacionadas ao setor. Além disso, a indústria da transformação, responsável pela formação dos produtos, registrou baixa no crescimento de 10,2% em comparação ao ano passado.
O cenário deverá permanecer ruim para crescimento industrial até o final deste ano. No entanto, para o presidente da Federação da Indústria do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, as resultados ruins não deverão comprometer a economia do Estado. “Já estamos discutindo junto ao governo local uma proposta para a diversificação da economia. Além disso, muitas empresas já estão terceirizando suas produções e ajustando-se frente aos decréscimos do setor. Não vejo a situação como alarmante”, frisou Guerra.
De acordo com um levantamento realizado pela Findes, o setor varejista foi o que manteve os melhores índices de crescimento no primeiro semestre, cerca de 8,2%. O segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática lideraram as vendas do setor varejista em julho, com o crescimento de 2%. De acordo com o presidente Marcos Guerra, a alto do varejo deve-se à migração de trabalhadores e empresários da indústria.
“O que está ocorrendo é uma troca empregos. Embora os números sejam bons para o crescimento varejista capixaba, é lamentável que este tipo de troca esteja ocorrendo. Primeiro porque estes trabalhadores dificilmente retornam à indústria. Em segundo lugar demonstra o descaso com o qual o governo federal está lidando com as questões da indústria nacional”, disse o presidente.
Segundo Guerra, a redução na tarifa de energia elétrica para o setor industrial e a exoneração dos custos na folha de pagamento são as principais formas de manter o crescimento do setor industrial.
Fonte: Folha Vitória