Os trabalhadores da Adient, de Pouso Alegre (MG), aprovaram em assembleia de votação, realizada na quinta-feira (26/9), a contraproposta para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que prevê, entre vários avanços, um reajuste de 25,7% para o piso salarial dos trabalhadores e trabalhadoras da multinacional líder na produção de assentos automotivos.
Os processos de negociação e de votação secreta realizada dentro da empresa, coordenados pelo Sindicato do Vestuário e Confecções de Pouso Alegre e Região (Sindicavespar), entidade filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), contou com a presença de 944 dos cerca de 1.100 trabalhadores da empresa, que aprovaram a proposta por ampla maioria – 71,92% deles votaram sim.
“Foi uma boa negociação, pois além de conseguirmos uma importante elevação do piso, também garantimos aumento real aos demais salários e avançamos em questões consideradas muito importantes pelos trabalhadores e trabalhadoras dessa empresa. Agora, é continuar trabalhando para que no próximo ano a gente consiga avançar mais ainda”, afirmou Márcio Mário de Faria, presidente do Sindicavespar.
Avanços
Segundo o dirigente, a pauta de reivindicações aprovada pelos trabalhadores foi enfática na defesa das questões salariais. Por isso, além de aumentar significativamente o piso, que passa a ser de R$ 1.850, a proposta aprovada também garantiu ganho real nos demais salários, que serão reajustados pelo índice de inflação acumulada, acrescido de 2,22%.
Como a data-base da empresa é 1º de outubro e o ACT foi aprovado antes do seu vencimento, o índice final de reajuste será conhecido apenas no dia 10 de outubro, data da divulgação do INPC acumulado do período. O novo acordo passa a valer a partir da data-base.
“Na negociação, mostramos à empresa que o piso estava muito defasado e por isso ela não conseguia segurar a sua mão de obra. Neste ano ela contratou muito, mas 60% dos novos trabalhadores pediram demissão”, explicou Faria.
Outro avanço destacado pelo dirigente foi na política salarial e de carreira da empresa, que previa um período de seis anos para que o trabalhador chegasse ao teto da carreira.
O ACT aprovado reduziu esse prazo para dois anos, com a ressalva que mudança de setor não zera a contagem do tempo. Para isso, o novo ACT aboliu as três primeiras faixas salariais da grade – a , que começava em R$ 1.471 – e agora todos começam ganhando R$ 1.850.
Confira os principais pontos do novo ACT:
Piso salarial: R$ 1.850 (reajuste de 25,7%)
Demais salários: reajuste pelo INPC acumulado de outubro/24 + 2,22%
Horas extras: 55% em dias normais (5% a mais do que prevê a CLT)
PPR: pagamento em outubro e reposição integral da inflação no próximo ano
Cartão alimentação: R$ 260 (com revisão em OUT/25) + bônus de R$ 100 (p/ quem não tiver faltas no mês, exceto por morte ou nascimento na família)
Convênio médico: mantido
Data-base: alterada para 1º de janeiro
Segundo o presidente do Sindicavespar, com a mudança da data-base para 1º de janeiro, o ACT aprovado nesta semana fica válido até 31 de dezembro de 2025.