Trabalhadores calçadistas de várias empresas participaram na manhã deste sábado, da assembleia que deu início à Campanha Salarial 2017. Dentre os pontos debatidos e aprovados está a reposição integral da inflação acumulada de julho de 2016 a julho de 2017 acrescido de um aumento real de 5%. Os trabalhadores aprovaram ainda o aumento da cesta básica. O valor a ser reivindicado será de R$ 220,00, sem perdas em caso de faltas como acontece atualmente. A direção do Sindicato e os trabalhadores consideram o valor da cesta básica, que a é de 105,00, muito baixo. “Não são todos os trabalhadores que recebem o bônus, pois até mesmo as faltas com atestado médico são contabilizadas para perda do benefício. No ano passado tentamos incorporar o bônus ao valor da cesta básica, mas o Sindicato patronal rejeitou nossa proposta”, explica Miro Jacintho.
Outras reivindicações
Além das questões econômicas, a categoria aprovou ainda que a pauta de reivindicações deve contar a criação de benefícios como plano de saúde, convênio com farmácias, auxílio-creche e intervalos de 15 minutos nos períodos da manhã e tarde. “Não temos tempo nem pra ir no banheiro”, reclamou uma calçadista presente na assembleia.
Reformas
A assembleia foi marcada por uma ampla explanação sobre as reformas trabalhista e previdenciária. “A Reforma da Previdência representa – praticamente – o fim da aposentadoria. Como se isso não bastasse, a Reforma Trabalhista irá destruir os direitos da classe trabalhadora”, frisou Jacintho. Trabalho intermitente (contrato por hora), parcelamento das férias, rescisão sem participação do Sindicato ou do Ministério do Trabalho, contrato temporário de até 9 meses, obrigatoriedade de pagamento das custas judiciais pelos trabalhadores em casos de reclamação trabalhista, aumento da jornada de trabalho, diminuição do tempo de intervalo para almoço, prevalência do negociado sobre o legislado, dentre outros pontos, foram debatidos com os trabalhadores.
Para Flávio Coutinho, dirigente do Sindicato, o trabalho intermitente já existe nas bancas. “O que irá acontecer nas empresas formais, caso esta reforma seja aprovada, já existe nas bancas e é extremamente prejudicial aos trabalhadores. Quando tem demanda, a carga horária é sem limites. Quando não tem, os trabalhadores são dispensados sem direitos e sem salários”, explicou o sindicalista.
Diretas Já
A assembleia aprovou ainda a defesa das “Diretas Já” e da saída imediata de Michel Temer da presidência.