Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada nesta sexta-feira, 8, revela que para 67% das famílias os aumentos abusivos no gás de cozinha, autorizados por Michel Temer (PMDB), causam grande impacto na renda familiar. Outro dado preocupante é substituição do gás pela lenha nas periferias das grandes cidades, sinal claro de retrocesso econômico e aumento da pobreza. “Chegar ao ponto de faltar gás na casa das pessoas fere a dignidade humana. Não é só um problema de reajuste, não é só um problema econômico, é uma violação grave das condições mínimas que uma família precisa”, denunciou Jandyra Uehara, secretaria nacional de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores, CUT.
Desde agosto desse o preço do gás de cozinha não para de subir e os reajustes mensais estão bem acima da inflação. O último aumento foi anunciado pela Petrobras na última segunda-feira (04) e entrou em vigor no dia seguinte. O reajuste foi de 8,8% no preço do botijão de gás.
Só neste ano o reajuste chegou a 67, 8% - o valor médio do botijão saltou de R$ 55, 74 na primeira semana de janeiro, para R$ 65, 64 no início de dezembro, preço que pode ser ainda maior nas distribuidoras, já que não há regra de preço fixo para o produto, que é considerado de primeira necessidade.
Na avaliação da diretora do Procon-SP, Ana Paula Moraes Sattheki, o Brasil “não tem necessidade de reajustar o gás todo mês. Temos o pré-sal com petróleo jorrando em todo canto. Temos boa condição de exploração. É algo inexplicável que só acontece neste país”. “As entidades de classe têm que demonstrar sua revolta com a política de preço que a cada dia é exagerada ao extremo”, diz.