Calçadistas de Jaú conquistam aumento real no vale cesta

29/08/2018 - 17:11

Salários tiveram a reposição integral da inflação e demais cláusulas da Convenção Coletiva foram mantidas.

Em assembleia realizada no último dia 25, os trabalhadores calçadistas de Jaú, cidade localizada na região central do Estado de São Paulo, aceitaram a contraproposta patronal referente à Campanha Salarial 2018. Os patrões propuseram reajustar o vale cesta em  5,71%, o que corresponde a 2,18% de aumento real. Os salários tiveram a reposição integral da inflação do período, que foi de 3,53%. A data-base da categoria é 1.º de julho.

Além dos reajustes, a nova Convenção Coletiva preserva direitos. “Diante da reforma trabalhista, o único instrumento capaz de preservar os direitos dos trabalhadores é a negociação coletiva. Após dois meses de negociação, conseguimos manter todos as cláusulas da Convenção e isso representa uma grande vitória”, ressaltou Miro Jacintho, presidente do Sindicato.

Os calçadistas de Jaú integraram a Campanha Salarial Unificada da CNTRV em 2018, cujo tema é "Fortalecer os Sindicatos; Garantir Direitos; Por Mais e Melhores Empregos".

Menos emprego e menos salário: resultado da reforma trabalhista e da política econômica de Michel Temer

Segundo dados levantados pelo Dieese, a indústria calçadista de Jaú empregava 4.304 trabalhadores em julho de 2018, 510 empregos a menos do que o registrado em dezembro de 2017, o que representa uma queda de 11,8% no total de empregos nos sete primeiros meses de 2018.

Os dados revelam ainda que no período entre janeiro a julho de 2018, houve alta rotatividade do emprego no setor em Jaú. “As indústrias de calçados desligaram 2.074 trabalhadores e admitiram 1.564, o que resultou no saldo negativo de 510 vagas”, diz nota técnica.

O salário médio dos trabalhadores contratados em 2018 foi de R$ 1.400,33, valor 0,7% inferior ao salário médio dos trabalhadores demitidos (R$ 1.410,57).

“A reforma trabalhista está resultando não só o aumento do desemprego, mas também no achatamento dos salários. Dentro de alguns anos, o resultado será absurdamente desastroso para o polo calçadista de Jaú. A precarização das relações de trabalho é um dos principais problemas”, analisou Jacintho.