O ano de dois mil e dezessete apresentou um dos piores cenários para as negociações salariais dos últimos 10 anos. Em plena Campanha Salarial, Michel Temer (PMDB) e a maioria dos parlamentares promoviam o desmonte dos direitos, aprovando a Reforma Trabalhista e destruindo as conquistas mais importantes da classe trabalhadora em mais de um século de luta.
O reflexo da aprovação da Lei 13.467/17, que alterou mais de 100 artigos da CLT, aliada à crise econômica, caíram feito uma bomba na mesa de negociações, já que os patrões quiseram adiantar - por meio da Convenção Coletiva - a precarização das relações de trabalho.
Restou ao Sindicato, resistir.
Assembleia
No último sábado, 19, os trabalhadores/as se reuniram na sede do Sindicato e decidiram aceitar a contraproposta patronal, que consistia na reposição da inflação para os salários superiores ao piso e um pequeno aumento real nos menores salários. Mesmo sob forte ofensiva patronal, o Sindicato não abriu mão em manter todas as cláusulas positivas da Convenção Coletiva.
“Nossa maior conquista nestas negociações foi a manutenção de todas as cláusulas da Convenção Coletiva que garantem aos trabalhadores/as melhores condições de trabalho, já que os patrões tentaram impor a retirada dos pontos que protegem os trabalhadores. O que eles queriam era adiantar a Reforma Trabalhista, que só entrará em vigor a partir do dia 11 de novembro”, ressaltou Cidinha Ferreira, presidenta do Sindicato.
Trabalhadores/as conquistam 100% da inflação. Pisos tiveram aumento real. Conheça os novos valores:
A contraproposta do Sindicato Patronal, aceita pelos trabalhadores na assembleia do dia 19 de agosto, consiste na reposição de 100% da inflação do período corresponde de julho de 2016 a julho de 2017, que foi de 2,56%, nos salários acima do piso. A cesta básica também foi reajustada sob o mesmo índice.
O chamado “Piso Não Qualificado” passará a ser de R$ 1.032. Já o “Piso Qualificado” será de R$ 1.250,00. Ambos foram reajustados com índices acima da inflação.
A nova Convenção Coletiva de Trabalho tem validade retroativa à 1.º de julho de 2017 e beneficiará cerca de 3700 trabalhadores/as na indústria de confecções do ABC.