Sábado de sol, primeiro dia do mês da Primavera – estação da esperança -, foi dia de dialogar sobre a força da luta das mulheres trabalhadoras e da necessidade de estarem em todos os espaços de poder, em especial neste momento de golpe político e de campanha eleitoral. O Seminário Mulheres em Defesa da Democracia, dos Direitos e por mais Participação na Política foi promovido por quatro entidades do ramo químico: CNQ-CUT, Fetquim-SP, Sindicato dos Químicos de São Paulo e pelo nosso Sindicato dos Químicos do ABC, em 1/9, no auditório dos Químicos de SP, na capital.
Com a presença das secretarias da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, CUT São Paulo, CNQ e Fetquim, a primeira mesa abordou as lutas históricas das mulheres, os avanços e desafios da cota para mulheres nas entidades sindicais, a garra e determinação das mulheres nas lutas em defesa da democracia e por Lula Livre.
"Nenhuma mulher é machista, a gente reproduz o machismo", apontou Juneia Batista (CUT Nacional), que apresentou os principais pontos da Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018 - Nehum Direito a Menos, que está sendo entregue a todos os candidatos à presidencia e governos estaduais. "Fruto de um debate coletivo, a plataforma trata é dividida em 4 eixos: Igualdade e Não Discriminação no Trabalho; Combate à Violência contra a Mulher; Política de Cuidado e Responsabilidades Domésticas e Familiares Compartilhadas e Direitos Sexuais e Reprodutivos", afirmou.
A presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, informou que a Confederação está fazendo um levantamento da presença de mulheres em cargos de direção nas entidades sindicais do ramo, destacando que no Setor Químico e Farmacêutico, dos 333 dirigentes, 58 são mulheres e das 14 entidades sndicais, nenhuma tem mulher na presidência. "Há um caminho longo a percorrer e é importante envolver os companheiros nessa discussão sobre as cotas, eles são pais, esposos e alguns agarram essa bandeira e vem lutar ao nosso lado".
"Não basta votar em mulheres, é preciso votar em mulheres comprometidas com a nossa luta", alertou Marcia Viana, da CUT-SP, pontuando a necessidade da construção de candidaturas nos espaços de representação sindical. "Todas as conquistas da classe trabalhadora nos últimos anos a CUT esteve presente e nós, mulheres, lado a lado dos nossos companheiros".
Na segunda mesa, as palestrantes convidadas Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, e a ativista feminista Eliane Dias, abordaram a invisibilidade das mulheres negras, a pequena participação das mulheres nos poderes legislativo e executivo e a necessidade de ações eficazes contra a violência sofrida pelas mulheres.
Um debate rico, que mostrou a importância da sororidade, que é a empatia e companheirismo entre as mulheres.