O Brasil inteiro relembra hoje os dez anos da morte do calçadista e sindicalista Jair Antônio da Costa, da cidade de Igrejinha, região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A Federação Democrática dos trabalhadores na Indústria do Calçado no RS, convoca toda a classe trabalhadora e suas representações para um Ato público seguido de culto ecumênico, que acontece nesta quarta-feira, dia 30, no viaduto da rodovia 239, em Sapiranga, local em que Jair foi covardemente assassinato. A concentração para o Ato será às 16h.
O assassinato
Naquele fatídico 30 de setembro, mais de quatro mil trabalhadores lutavam contra as demissões em massa causadas por políticas públicas que afetavam o emprego e os salários. Após o termino do ato, que até então estava totalmente pacífico, no momento em que o trânsito já havia sido liberado e todos retornavam às suas casas, soldados da polícia rodoviária e da brigada militar de Sapiranga, de forma covarde e brutal, assassinaram Jair, que era uma liderança dos trabalhadores na busca por uma vida mais justa e igualitária pra todos e todas.
Os assassinos
“ É inadmissível que passados dez anos de um crime desse tipo, os culpados continuem livres. É preciso que as autoridades agilizem o julgamento, pois certamente, não só a categoria, mas também toda a sociedade clama por justiça”, ressalta João Batista Xavier da Silva, presidente da Federação. Para Cida Trajano, da CNTV/CUT, o movimento sindical brasileiro precisa agir fortemente para que casos como este não fiquem impunes. “Ainda assistimos agressões físicas brutais contra dirigentes e manifestantes em luta. A polícia militar que tem como papel proteger a classe trabalhadora, muitas vezes continua tomando ações extremamente repressivas que não cabem no estado democrático em que vivemos. A atitude dos companheiros do sul pela cobrança da punição dos assassinos do companheiro Jair, deve ter o apoio de todo o movimento sindical do sul, do sudeste, do norte e nordeste, em cada estado e em cada cidade brasileira”, conclama.