Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, os resultados eleitorais deste domingo (2) ainda refletem "um ranço conservador" no país, que passou a predominar após a vitória de Dilma Rousseff em 2014, o quarto triunfo das forças progressistas na disputa pela Presidência da República. Com atuação da mídia tradicional e criminalização do PT – que teve reflexos em todo o campo da esquerda –, o dirigente sindical acredita que os movimentos sociais vão viver "uma longa tempestade".
Ele acredita em reação, mas diz que isso ainda levará algum tempo. "A gente não conseguiu reunir forças. Ficamos sob o olho do furacão, e a nossa principal bandeira passa a ser a defesa da democracia, do Estado de direito", diz.
Para o sindicalista, faltou conscientização para consolidar um período de avanços sociais e redução da desigualdade. "Estratificamos um projeto que melhorou as condições e a qualidade de vida de nosso povo. Mas o fato é que não conseguimos uma onda de conscientização. Uma lição é que o governo precisa também de um papel transformador. E para transformar precisa conscientizar."
"Os resultados fortalecem uma ofensiva conservadora", acrescenta Adilson, destacando o resultado de São Paulo, onde triunfou o candidato do PSDB, João Doria, já no primeiro turno. "É o candidato que defende a agenda ultraliberal, que vendo sendo questionada nas ruas", diz o presidente da CTB.
Ele acredita que o setor progressista sofre, neste momento, as consequências da falta do que ele chama de "reformas estruturantes", citando a democratização da mídia. "Sobretudo, uma profunda reforma política." Para o dirigente, mesmo com o fim do financiamento eleitoral, o poder econômico segue determinando rumos nas eleições. "Veja quanto custou a campanha do Doria, do ACM Neto (do DEM, reeleito em Salvador)."