No início da tarde desta segunda-feira, 19, os trabalhadores e trabalhadoras da empresa de confecções Valisère/Filó paralisaram suas atividades para participar de uma assembleia na qual protestaram contra a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB). A atividade, que durou cerca de 1 hora, fez parte da agenda nacional de luta em defesa da aposentadoria.
Durante o diálogo com os trabalhadores, Cidinha Ferreira, presidenta do Sindicato, explicou os prejuízos contidos na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que poderá pôr fim à aposentadoria. “Temer quer dificultar ainda mais o acesso aos benefícios previdenciários. Caso seja aprovada, a Reforma da Previdência, inviabilizará a aposentadoria integral, já que, para tanto, seriam necessários mais de 40 anos de contribuição. Além disso, o governo quer estabelecer a idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres e aumentar o tempo mínimo de contribuição que passaria a ser de 25 anos. Atualmente este prazo é de 15 anos”, alertou.
A assembleia dos trabalhadores da Valisère/Filó integrou uma série de atividades realizadas na região do ABC e em todo o país, contra a Reforma da Previdência.
“Se votar, não volta”
Os trabalhadores e trabalhadoras da Valisère/Filó não só repudiaram a proposta de Reforma da Previdência, mas também mandaram um recado direto para os deputados e deputadas da região do ABC: “quem votar na Reforma da Previdência, não terá o voto da categoria nas próximas eleições”. “Estamos num ano eleitoral e a melhor resposta a ser dada para os traidores da classe trabalhadora, será nas urnas”, frisou Cidinha.
Reforma não combate privilégios
Se, de um lado, o governo pretende aplicar outro duro golpe na classe trabalhadora, reduzindo ainda mais os direitos, de outro, preserva todos os privilégios de políticos, dos juízes e do alto escalão militar. A Reforma da Previdência não acaba com os supersalários de aposentados como o próprio Temer, que se aposentou aos 55 anos com salário acima de 30 mil reais.
Outro dado que chama a atenção da sociedade se refere ao fato de grandes empresas deverem R$ 426 bilhões aos cofres do INSS e a Reforma da Previdência não prever nenhum mecanismo de cobrança.
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Propaganda enganosa
Para convencer a população de que a Reforma da Previdência é necessária, o governo desembolsou mais de R$ 100 milhões. “O curioso é que o governo gasta muito dinheiro para convencer população de que não há dinheiro”, analisou Cidinha.
Vale lembrar que a “ladainha” sobre a falta de dinheiro da Previdência já foi desmentida por uma CPI, cujo relatório garante: “não há déficit na Previdência, o que existe é um desvio das verbas do Sistema de Seguridade Social para outros fins”.