"O processo de contaminação em massa pelo Covid; a depressão econômica, já que estamos no sexto ano seguido de recessão e a crise política inusitada, com a polarização e o pior governo da história, tudo isso nos leva a uma 'tempestade perfeita'", a afirmação foi feita pelo economista e supervisor do Escritório Regional do DIEESE em Santa Catarina, José Álvaro de Lima Cardoso, durante o Encontro Regional do Macrossetor da Indústria da CUT, etapa do Paraná e Santa Catarina, realizado com o Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil, na sexta-feira, 12, por videoconferência.
Para ele, o Brasil vive o período mais duro dos últimos 50 anos e, além deste cenário adverso, outro fator para isso é a desindustrialização.
"A indústria é estratégica em qualquer país, por garantir emprego, renda, soberania, avanços tecnológicos e militares", disse. "A crise da indústria é anterior à pandemia, com crescimento igual a de 2009, ou seja, regredimos 10 anos, uma década perdida para a produção industrial", completou.
Além disso, o economista apontou o desgoverno de Jair Bolsonaro para o agravamento da situação, que 'não resolve os problemas e ainda os agrava'.
O presidente da CUT Paraná, Márcio Kieller, destacou as ações do movimento sindical para o enfrentamento desse período e para o da pós-pandemia.
"Temos propostas para sairmos da crise e iremos ao Ministério Público do Trabalho e a outras esferas de governo para responder aos anseios dos trabalhadores e trabalhadoras", defendeu.
Para Anna Júlia Rodrigues, presidente da CUT Santa Catarina, desde a reforma Trabalhista, que modificou as relações de trabalho, os novos trabalhadores se tornaram escravos do seu trabalho.
"Precisamos pensar a economia, a indústria e a crise que passa a construção civil, que após o golpe, as reformas e esse governo, destruiu as obras do PAC, o Minha Casa Minha Vida, o que agravou o desemprego aqui no Estado", lamentou.
Os dirigentes dos metalúrgicos, químicos, do ramo do vestuário, da alimentação, da construção e madeira e do Sinergia também debateram o futuro da organização do trabalho e os desafios para a representação sindical.
O diretor do Sinergia Campinas, Esteliano Pereira Gomes Neto, que coordenou a atividade, relatou a experiência de gestão, com a unidade dos sete sindicatos de eletricitários e gasistas, que compõem o Sinergia-CUT.
"Não é só o setor elétrico que está sob ameaça, nem só o setor público, mas sabemos que a solução é estarmos juntos nas negociações, nas pautas e na luta", concluiu.