A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, está orientando as entidades filiadas para que a campanha salarial unificada desse ano busque fortalecer os sindicatos e proteger os direitos, os empregos e os salários. “Tudo é negociado. Dessa forma, o acordo ou convenção coletiva passa a ser o instrumento de maior importância dos trabalhadores e das trabalhadoras. Por esta razão, estamos propondo a unidade em alguns eixos reivindicatórios”, explica Cida Trajano, presidenta da entidade.
A ideia é fortalecer três eixos centrais em todas as campanhas das entidades filiadas à Confederação: fortalecer os sindicatos; garantir direitos frente ao desmonte da legislação trabalhista promovido pela Lei 13.467; resgatar e proteger os empregos.
A campanha abrange os setores de calçados, couro, têxteis e confecções. As datas-bases das categorias acontecem em diferentes épocas do ano e, por esta razão, a campanha salarial unificada é permanente. “Vamos dialogar com as entidades filiadas sobre os eixos centrais da campanha e incentivar que as informações sobre as negociações sejam compartilhadas como forma de subsidiar as negociações em nível nacional. O visual da campanha desse ano também será flexível, de modo que as entidades possam incorporar reivindicações mais pontuais no cartaz e demais peças publicitárias”, explica Trajano.
Fortalecer os Sindicatos
Com a aplicação da reforma trabalhista, direitos como piso salarial, carga horária, verbas rescisórias, dentre outros, estão bastante comprometidos. Dessa forma, a campanha salarial unificada 2018 desenvolvida pela CNTRV propõe um amplo diálogo com as categorias sobre a importância do fortalecimento do Sindicato como o único órgão capaz de estabelecer negociações coletivas realmente legítimas.
Garantir direitos
A Lei 13.467/17 estabeleceu que “os acordos entre patrões e trabalhadores valem mais que própria legislação”. Por outro lado, as negociações individuais ou feitas por comissões ligadas às empresas não resultarão em acordos favoráveis aos trabalhadores. Dessa forma, a negociação coletiva, feita pelo sindicato, é a única forma de garantir uma série de direitos que foram suprimidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB). “Orientamos nossos sindicatos a negociarem o máximo de cláusulas possíveis que garantam os direitos, principalmente aqueles que foram extintos com a reforma trabalhista”, reforçou a presidenta da CNTRV.
Por mais e melhores empregos
Depois de ter obtido índices de pleno emprego nos governos Lula e Dilma, o Brasil vive um de seus piores momentos. Diante de quase 13 milhões de desempregados e uma legislação trabalhista que não oferece nenhuma proteção aos trabalhadores, os patrões vislumbram o aumento da lucratividade possibilitado pela queda na qualidade dos empregos.
Para a CNTRV, um dos grandes desafios das campanhas reivindicatórias de 2018 será estabelecer cláusulas que protejam os empregos e preservem sua qualidade. “Parte de setores como confecções e calçados, por exemplo, são historicamente abusivos no que se refere ao trabalho precário. Travaremos uma grande luta para que a terceirização generalizada não afete ainda mais a qualidade dos empregos, precarizando os salários, adoecendo as pessoas e aprofundando a miséria da classe trabalhadora”, concluiu Trajano.
Cartaz da Campanha Salarial Unficada 2018