Nesta sexta-feira, 14, os petroleiros e petroleiras de várias regiões do país completam 13 dias de greve. A mídia se cala. O governo reage com ameaças, mas a luta só se fortalece.
Isso porque se trata de uma luta das mais justas possíveis. Esses trabalhadores estão enfrentando o mais alto escalão do poder político nacional e não o fazem apenas pela manutenção do emprego, algo essencial na vida de qualquer membro da classe trabalhadora, assim como à sociedade em geral. Eles lutam pelo direito de todos os brasileiros e brasileiras de ter combustível, gás de cozinha e tantos outros derivados do petróleo a preço justo.
Apesar de ter um dos menores custos do planeta para extrair petróleo, o Brasil paga caro em seus derivados. A Petrobrás reajusta os preços nas refinarias de acordo com o dólar, mas o povo brasileiro ganha em real, e ganha pouco. Assim, somos obrigados a comprar combustíveis no valor de câmbio de uma das moedas mais caras do mundo.
Como se isso não bastasse, as refinarias estão operando abaixo de 70% de sua capacidade de produção. Assim, nosso país importa produtos sobre os quais temos, na verdade, capacidade de exportar. A situação vai ficar ainda mais grave se Bolsonaro concretizar seu plano de privatizar oito das 15 refinarias da Petrobrás.
Sob esta ótica, a Confederação Nacional dos Trabalhadores/as no Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, e seu conjunto de entidades filiadas, expressa total apoio à greve nacional dos petroleiros e petroleiras e orienta as entidades de base a reforçarem o apoio junto às categorias, já que a imprensa tem acobertado a greve e seus reais motivos. Essa greve é mais que necessária para o país.
São Paulo, 13 de fevereiro de 2020.
Francisca Trajano - presidenta