A sessão ordinária da Câmara Municipal de Jahu dessa segunda-feira, 29, começou com a denúncia do presidente do Sindicato dos Calçadistas, Miro Jacintho, sobre o trabalho precário no setor e práticas antissindicais promovidas pelo sindicato patronal. O sindicalista falou na Tribuna para vereadores e plenário e seu discurso foi transmitido para a população por meio de canais oficiais.
Trabalho precário
Jacintho denunciou as terceirizações irregulares em que empresas formalizadas transferem parte do processo produtivo para bancas, cujos trabalhadores, em sua maioria, não são registrados. “A maior parte das bancas não registra os trabalhadores, não respeita a Convenção Coletiva, nem a CLT. Este é um problema que temos que enfrentar. O trabalho precário desafia toda a sociedade e o poder público precisa fazer sua parte. Não se trata de um processo de terceirização legal. Estas empresas estão cometendo sérias irregularidades”, ressaltou o sindicalista ao mencionar a campanha mundial contra o trabalho precário, desenvolvida pela IndustriALL Global Union, uma federação sindical presente em mais de 50 países, incluindo o Brasil. “É cruel e desumano um trabalhador ter que decidir entre um trabalho com direitos, ou nenhum trabalho”, concluiu.
Práticas antissindicais
O Sindicato dos Calçadistas denunciou ainda as práticas antissindicais promovidas por empresas que estão sendo orientadas pelo sindicato patronal a não realizarem os descontos previstos na Convenção Coletiva. “Querem destruir o sindicato dos trabalhadores para abrir caminho para práticas ilegais das empresas. O Sindicato patronal está agindo contra a Convenção Coletiva assinada por seu presidente Caetano Bianco Neto e por mim”, relatou Jacintho.
Convenção garante direitos
Durante sua exposição na Câmara, o presidente do Sindicato destacou ainda a importância da Convenção Coletiva frente à garantia dos direitos. “Se, de um lado, os patrões esperavam retirar direitos e não conceder nenhum reajuste nos salários e no vale cesta, por outro, a luta do Sindicato garantiu, por mais 1 ano, todos os direitos da Convenção Coletiva, inclusive o piso salarial reajustado e o pagamento do vale cesta que também teve aumento. Nossa Convenção protege mais de 4 mil trabalhadores, mas sabemos que existem milhares de calçadistas trabalhando de forma precária, sem registro em carteira, muitos em bancas e outros nas próprias fábricas. Precisamos trabalhar em conjunto com o poder público para combater essa prática”.