Diante da iminente intenção do governo Michel Temer de apresentar uma proposta de reforma da Previdência Social sem efetivo diálogo, a CUT publicou uma cartilha para alertar sobre riscos das possíveis mudanças, entre os quais maior dificuldade para obter a aposentadoria e rebaixamento de valores. O documento busca "desmontar" o recorrente argumento de déficit nas contas, além da afirmação de que os brasileiros se aposentam muito cedo. Cita dois casos em que isso efetivamente aconteceu: Michel Temer (aos 55 anos) e Fernando Henrique Cardoso (aos 37).
“A Constituição prevê que a Previdência faz parte de um sistema amplo conhecido como Seguridade Social – que inclui, além das aposentadorias, outro importante programa, o SUS (Sistema Único de Saúde). A Seguridade é sustentada financeiramente por outros impostos e taxas. A soma de tudo isso faz a Previdência ter as contas no azul”, diz o documento produzido pela CUT. Entre receitas e despesas, a central afirma que a seguridade foi superavitária em R$ 20 bilhões no ano passado.
Segundo a cartilha, a Previdência Social atende, atualmente, cerca de 90 milhões de brasileiros, incluindo 86% da população idosa que recebe aposentadoria. Normalmente apontada como a principal responsável pelas dificuldades orçamentárias do governo federal, o documento mostra que, em 2015, o investimento social com a Previdência foi de R$ 480 bilhões, enquanto o gasto com os juros da dívida foi de R$ 502 bilhões, além de cerca de R$ 100 bilhões em desonerações fiscais para o setor privado.