A Frente Brasil Popular vai realizar intensa mobilização nesta terça-feira (9) e quarta-feira (10) em Curitiba, em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que presta depoimento ao juiz Sergio Moro na quarta por causa do andamento dos trabalhos da Operação Lava Jato.
A programação da frente começa amanhã, às 7h, com ato pela reforma agrária e contra a criminalização e impunidade. O ato será realizado no monumento Antônio Tavares, agricultor integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que também será lembrado pelos 17 anos de seu assassinato.
Às 10h, será inaugurado o Acampamento pela Democracia, com ato político, e à tarde será realizada no local a conferência “Em defesa da Constituição Federal e da Democracia: os desafios da classe trabalhadora”, por João Pedro Stedile, coordenador do MST; Beatriz Cerqueira, da CUT-MG; e representantes dos coletivos Advogados pela Democracia e Frente de Juristas pela Democracia.
Às 19h, haverá uma plenária pelos direitos da juventude, na Praça Santos Andrade, e das 19h às 21h será realizada uma vigília inter-religiosa pela democracia e os direitos dos trabalhadores na Catedral de Curitiba, na Praça Tiradentes.
Já no dia do depoimento do ex-presidente, a programação começa às 9h com a Assembleia Nacional dos Movimentos e Populares, que debate o tema: "As tarefas do período histórico". Os tópicos das discussões serão: o programa de emergência da Frente Brasil Popular; o ascenso das lutas de massa; o trabalho de base, formação de militância e organização de comitês municipais.
O dia segue com um encontro pela liberdade de expressão na sede do Sindicato dos Engenheiros, às 10h30. Concomitantemente, atividades culturais tomam as ruas da Boca do Lixo, no centro da capital paranaense. Estarão presentes os músicos Susi e João Bello, Pereira da Viola, Garibaldis e Sacis, Guego Favetti, Edinho do Samba, além de rodas de debates com a atriz Leandra Leal e a escritora Estrela Leminski.
Gravações do depoimento
A defesa de Lula anunciou hoje (8) que vai recorrer da decisão da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, que negou a gravação própria pelos advogados do depoimento de quarta-feira, como também a mudança do sistema de captação das imagens (fixado no réu) pelo próprio Juízo. "A negativa afronta expressa disposição legal e, por isso, configura mais uma arbitrariedade", afirmaram os advogados do ex-presidente Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, em nota. "A gravação da audiência é uma prerrogativa do advogado e está prevista no artigo 367, parágrafo sexto, do Código de Processo Civil", sustentaram os advogados.
"Sergio Moro além de tolher de forma arbitrária a prerrogativa dos advogados de gravar a audiência – ato reconhecido pela OAB/PR – também fez a grave acusação de que a própria defesa do ex-presidente poderia usar tais gravações para fins político-partidários", dizem os advogados.
"O juiz comete erro gravíssimo ao declarar que o cliente e sua defesa chamaram manifestantes. Talvez ele tenha se acostumado a fazer acusações sem provas, mas essa é mais uma violação dos direitos e prerrogativas dos defensores constituídos nos autos e tomaremos todas medidas jurídicas cabíveis", afirmaram ainda.