Na sexta-feira (25), Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, mulheres cutistas de todo Estado de São Paulo se reuniram para celebrar os 30 anos da criação da Comissão da Questão da Mulher Trabalhadora da CUT.
Um ato organizado no centro da capital paulista reuniu sindicalistas e militantes de diferentes entidades e movimentos que, em pleno golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, primeira mulher eleita para este cargo no Brasil, relatam suas histórias de resistência popular, feminista e de classe.
Na mesa de abertura, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Ana Lúcia Firmino, falou sobre conquistas que marcaram estas três décadas e contribuíram para o fortalecimento dos sindicatos, do empoderamento das mulheres e para conquistas das políticas para as mulheres. “A luta é feita por mulheres e homens e esta celebração dos 30 anos é fruto de lutas e diálogos construídos aos poucos dentro do movimento social e na sociedade”, disse.
Presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo fez referência à igualdade de gênero que a Central conseguiu implementar neste último período. “A CUT inova ao construir nas suas instâncias a paridade para a construção de igualdade nos espaços políticos. Isso porque a nossa sociedade ainda é machista e patriarcal e há ainda muita desigualdade no mundo do trabalho, mas, demos passos grandes para construir a igualdade entre homens e mulheres e para combater a opressão. E devemos continuar fazendo a leitura do gênero, aliada à perspectiva de classe para que a nossa luta avance”, disse
Izzo também apontou que o movimento hoje faz o enfrentamento ao governo golpista de Michel Temer que, segundo ele, representa o colapso da economia brasileira e a retirada dos direitos da classe trabalhadora, conforme observou.
A secretária da Mulher Trabalhadora na CUT Brasil, Juneia Batista, lembrou-se que a CUT é a única central sindical a implementar a paridade e comentou sobre bandeiras que permanecem atuais. “A reivindicação por creche foi uma das primeiras campanhas que fizemos, mas que ainda precisa avançar. Depois fomos evoluindo aos poucos no debate sobre o aborto e a violência doméstica, física, econômica, institucional, entre outras que fomos identificando com o passar dos tempos. Nesta ampla luta queremos empoderamento, ter espaços, assinar os cheques”, disse.
Juneia também comentou sobre a luta da CUT para a aprovação da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que exige que sejam oferecidos a homens e mulheres com responsabilidades familiares o mesmo tratamento e as mesmas oportunidades dadas àqueles que não as têm.